A inflação na Argentina, no mês de agosto, voltou a acelerar e fechou em 4%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (12/09) pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina). Em 12 meses, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) acumula alta de 54,5%.
A título de comparação, a inflação do Brasil em agosto fechou em 0,11%, e acumula 3,43% em 12 meses.
A aceleração do índice – que havia fechado em 2,2% em julho – foi provocada pela reação dos mercados à vitória do oposicionista Alberto Fernández nas eleições primárias do país, oportunidade em que o valor do dólar explodiu e o governo chegou a declarar moratória.
O índice, preveem os economistas do país, deve continuar alto nos próximos meses. É importante lembrar que a Argentina vai às urnas no final de outubro e a oposição é favorita.
Casa Rosada
‘Era Macri’ deve fechar com inflação acumulada de 230¨%
Estima-se que a inflação de 2019 deve fechar na casa dos 55%. A se manter este ritmo de crescimento do índice, Macri deve chegar ao fim do mandato, em dezembro, com uma alta acumulada de 230% na inflação desde o mesmo mês de 2015, quando assumiu a presidência. Durante a campanha vitoriosa daquele ano, o argentino havia prometido que baixaria a inflação, então na casa dos 20%, e que o país teria pobreza zero.
Em agosto, segundo o Indec, o que puxou a inflação para cima foi item “equipamentos e manutenção de casa” – que inclui, por exemplo, eletrodomésticos da linha branca, como geladeiras e fogões – com um aumento de 6,1% em relação ao mês anterior.
Além disso, houve um aumento de 4,5% nos preços do item “alimentos e bebidas não alcóolicas”, que impacta especialmente as famílias mais carentes. Entre os alimentos que mais subiram, estão justamente alguns dos mais consumidos pelas famílias argentinas – leite em pó, manteiga, doce de leite, cebola, banana e biscoitos doces. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de 58,8%.
A inflação dos alimentos poderia, inclusive, ter sido pior – entre as medidas que o governo tomou após a subida do dólar, está a redução temporária de impostos sobre a cesta básica, o que ajudou a segurar (um pouco) os preços.