Com mais de 89% das urnas apuradas na Argentina, a votação deste domingo (09/08) nas primárias (chamadas PASO, Primárias Abertas Simultâneas Obrigatórias), a corrente política da presidente Cristina Kirchner saiu na frente nos dois principais cargos em disputa: a presidência, com Daniel Scioli (38%), e o governo de Buenos Aires, com Aníbal Fernández (40%). Além disso, o filho da mandatária, Máximo Kirchner, foi o candidato a deputado mais votado em Santa Cruz.
Se os números se mantiverem, haverá segundo turno entre Scioli e o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri. Isso porque para que o candidato seja eleito na primeira votação, que ocorrerá em outubro, é preciso que obtenha 45% da preferência dos eleitores ou 40% mais uma diferença de 10% em relação ao segundo colocado.
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Reprodução/ Facebook
Scioli, Massa e Macri eram favoritos nas primárias das respectivas coligações
O voto nas primárias é obrigatório e o eleitor pôde escolher entre qualquer candidato, mesmo não sendo filiado à coligação ou ao partido ao qual o postulante pertence. Assim, as PASO são consideradas uma espécie de “primeiro turno” da eleição. Só os mais votados dentro de cada coligação disputam a eleição de outubro, mas os resultados são divulgados de forma única, tal como um pleito normal.
A votação confirmou o favoritismo dos três candidatos principais a ocupar a Casa Rosada: Scioli (FpV), Macri (Cambiemos) e Sergio Massa (UNA). Em se mantendo os resultados, os votos do ex-kirchnerista Massa – que tentou, sem sucesso, uma aliança com Macri – será o fiel da balança em um possível segundo turno.
A votação de Scioli, no entanto, foi menor do que a obtida por Cristina nas primárias de 2011 – na época, ela alcançou 50,24% do total.
Governadores
Na província de Buenos Aires, a mais rica e populosa do país, com 79% das urnas apuradas, a fórmula liderada pelo chefe de gabinete de Cristina, Aníbal Fernandez, obteve 40% da preferência dos eleitores. A candidata Maria Eugenia Vidal, do oposicionista Mudemos Buenos Aires, no entanto, foi a mais votada individualmente, com quase 2 milhões de votos.
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Agência Efe
Cristina votou em Río Galegos, na província de Santa Cruz
De forma simultânea às primárias nacionais, neste domingo também foram realizadas eleições internas nas províncias de Buenos Aires, Catamarca, Entre Ríos, Chubut, San Juan e San Luis.
Neste ano, a Frente para a Vitória já ganhou os governos das províncias de Salta, La Rioja, Chaco e Terra do Fogo.
Em Neuquén, o Movimento Popular Neuquino se sobressaiu, enquanto em Río Negro um ex-aliado do kirchnerismo conseguiu a reeleição; em Santa Fé venceu uma coalizão de centro-esquerda; em Córdoba, o peronismo dissidente; e em Mendoza, triunfou uma aliança entre a União Cívica Radical e o Pro.
Em Santa Cruz, Máximo Kirchner foi o candidato a deputado mais votado, com mais de 60 mil votos (44,5%), mas a fórmula da Aliança União Para Viver Melhor, formada por Mudemos Santa Cruz, com Héctor “Pirincho” Roquel, e A Mudança Justa, com José Blassiotto conseguiu mais votos – eles obtiveram 47,8%.
Atraso
As prévias ocorreram em meio a um forte temporal na província de Buenos Aires, que reúne um terço dos 32 milhões de eleitores. A apuração demorou porque o mau tempo também atrasou a votação – algumas mesas tiveram que ser mudadas por causa das inundações.