O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva propôs iniciativas para serem debatidas entre seus homólogos sul-americanos que estão participando da cúpula dos países da região nesta terça-feira (30/05) em Brasília.
De identidade regional ao desenvolvimento econômico da América do Sul, Lula também apontou questões sociais e de meio ambiente, defendendo que as propostas buscam retomar uma maior integração entre os países.
Além disso, o presidente brasileiro ressaltou o desejo de uma moeda comum na América do Sul que reduza a “dependência de moedas extrarregionais”.
No discurso de abertura da sessão, Lula falou da vontade de retomar ferramentas e diálogos que impulsionem uma integração regional, mas deixou claro que, essas sugestões, eram “sem prejuízo de outras propostas” que serão discutidas ainda nesta terça.
Ao todo, 10 presidentes estão na reunião: Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela) para uma reunião no Palácio Itamaraty, em Brasília.
A única mandatária ausente é Dina Boluarte (Peru), que enfrenta impedimentos constitucionais e será representada pelo presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.
Veja as 10 propostas de Lula abaixo:
- Colocar a poupança regional a serviço do desenvolvimento econômico e social, mobilizando os bancos de desenvolvimento como a CAF, o Fonplata, o Banco do Sul e o BNDES;
- Aprofundar nossa identidade sul-americana também na área monetária, mediante mecanismo de compensação mais eficientes e a criação de uma unidade de referência comum para o comércio, reduzindo a dependência de moedas extrarregionais;
- Implementar iniciativas de convergência regulatória, facilitando trâmites e desburocratizando procedimentos de exportação e importação de bens;
- Ampliar os mecanismos de cooperação de última geração, que envolva serviços, investimentos, comércio eletrônico e política de concorrência;
- Atualizar a carteira de projetos do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN), reforçando a multimodalidade e priorizando os de alto impacto para a integração física e digital, especialmente nas regiões de fronteira;
- Desenvolver ações coordenadas para o enfrentamento da mudança do clima;
- Reativar o Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde, que nos permitirá adotar medidas para ampliar a cobertura vacinal, fortalecer nosso complexo industrial da saúde e expandir o atendimento a populações carentes e povos indígenas;
- Lançar a discussão sobre a constituição de um mercado sul-americano de energia, que assegure o suprimento, a eficiência do uso de nossos recursos, a estabilidade jurídica, preços justos e a sustentabilidade social e ambiental;
- Criar programa de mobilidade regional para estudantes, pesquisadores e professores no ensino superior, algo que foi tão importante na consolidação da União Europeia; e
- Retomar a cooperação na área de defesa com vistas a dotar a região de maior capacidade de formação e treinamento, intercâmbio de experiências e conhecimentos em matéria de indústria miliar, de doutrina e políticas de defesa.
Ricardo Stuckert
Presidente Lula falou na abertura da reunião sul-americana sobre integração regional