Os principais candidatos à presidência de Portugal encerram nesta sexta-feira (22/01) suas campanhas para as eleições deste domingo (24/01) com ações direcionadas para tentar convencer os indecisos e contra a previsível alta abstenção.
“Escolham a experiência, a história política, a capacidade de unir e criar consensos. Escolham o que é fundamental para o futuro do país”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, do PSD (Partido Social Democrata), o mesmo do atual presidente Aníbal Cavaco Silva, de orientação conservadora, favorito para vencer com uma maioria absoluta e evitar assim um segundo turno, que só ocorreu uma vez nos 40 anos de democracia em Portugal.
Agência Efe
Candidato socialista António Sampaio da Nóvoa saúda apoiadores
Segundo as pesquisas, Rebelo de Souza tem mais de 50% dos votos, à frente dos dois candidatos do Partido Socialista, o acadêmico António Sampaio da Nóvoa, com 20%, e a ex-ministra Maria de Belém, mais atrás na preferência do eleitorado.
Famoso ex-comentarista político na televisão, Rebelo Souza, de 67 anos, encerrou a campanha em ato no norte de Portugal, onde tem raízes familiares.
Sampaio da Nóvoa, de 61 anos, pediu aos portugueses que votem para não haver arrependimentos e aproveitou para atacar o adversário e favorito, acusando-o de “infantilizar a política”. Em ato na Universidade de Lisboa, onde foi reitor, afirmou que falta muito pouco para conseguir derrubar a maioria absoluta do rival e provocar um segundo turno, que seria disputado em março.
Agência Efe
Rebelo de Souza junto a apoiadores no final da campanha
Já Maria de Belém, que encerrou sua em Coimbra, no centro do país, chamou os militantes a lutar contra a abstenção e lamentou a “tentativa de assassinato político” da qual diz ter sido alvo devido à polêmica sobre as pensões vitalícias.
A ex-ministra está em uma lista de 30 deputados e ex-parlamentares que pediram uma apreciação legal ao TC (Tribunal Constitucional) sobre as pensões suspensas em 2015, à qual eles teriam direito de receber por possuírem mais de 55 anos e terem 12 anos de serviço público.
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“Se me atacam com tanta intensidade, é porque eu gero algum medo. Não é a primeira vez que isso ocorre”, afirmou a ex-ministra da Saúde e ex-presidente do Partido Socialista.
Os principais candidatos à presidência, até mesmo o conservador Rebelo de Souza, defenderam uma relação pacífica com o primeiro-ministro socialista António Costa.
Agência Efe
Maria de Belém Roseira, também socialista, conversa com eleitores
Os portugueses escolherão o sucessor de Cavaco Silva, que completou dez anos no poder, o máximo que a lei permite.
Diferentemente de outros países com sistema político parecido na Europa, as eleições presidenciais têm especial relevância em Portugal, onde o chefe de Estado tem o poder para vetar leis, convocar eleições e até mesmo dissolver o parlamento.