O governo israelense autorizou, neste domingo (15/09), a legalização de um assentamento na Cisjordânia ocupada, a apenas dois dias das eleições legislativas, que vão opor o partido Likud, do premiê Benjamin Netanyahu, e o Kahol Lavan, do ex-chefe das forças armadas, Benny Gantz.
A colônia Mevoot Yericho é situada perto da Jericó, a principal cidade palestina do vale do Jordão, perto do mar Morto. O local é considerado estratégico para a produção agrícola local.
“É um dia importante para os habitantes da Judeia e da Samaria (nomes bíblicos das Cisjordânia ocupada”, reagiu Hananel Dorani, chefe do Conselho de Yesha, associação dos colonos israelenses nos territórios ocupados. “Esperamos que esse seja o início da soberania israelense sobre o conjunto da Cisjordânia”, disse.
O anúncio acontece pouco antes dos últimos comícios em Tel Aviv organizados pelo Likud e o Kahol Lavan, que estão empatados de acordo com as pesquisas de boca de urna. O premiê prometeu na semana passada anexar o conjunto de assentamentos judaicos do vale do Jordão, que representam 30% da Cisjordânia ocupada, se ele ganhasse as eleições.
Alan Santos/PR
Netanyahu legalizou assentamentos dias antes das eleições parlamentares
A declaração foi criticada pelos responsáveis palestinos e por uma parte da classe política israelense, favorável à anexação, mas que julgam a polêmica oportunista em tempos de eleições.
A colonização da Cisjordânia ocupada e do leste de Jerusalém acelerou nos últimos anos com Netanyahu e a chegada do presidente norte-americano Donald Trump ao poder nos EUA. Atualmente, mais de 600 mil israelenses convivem, em conflito permanente, com cerca de três milhões de palestinos na Cisjordânia ocupada.
No sábado (14/09) à noite, Trump manifestou seu apoio à campanha de reeleição do premiê israelense, revelando os bastidores de um possível tratado de defesa comum entre Israel e os Estados Unidos. Até agora, o presidente não comentou publicamente a promessa de Netanyahu de anexar outra parte da Cisjordânia.