Terça-feira, 10 de junho de 2025
APOIE
Menu

O presidente da Síria, Bashar al Assad, afirmou em entrevista à CBS News que qualquer ataque dos Estados Unidos a seu país “vai apoiar a Al Qaeda”. No programa, que será exibido nesta segunda-feira (09/09), Assad declarou que uma guerra iria apoiar “as mesmas pessoas que mataram norte-americanos no [ataque de] 11 de setembro”.

Leia mais:
EUA não atacariam Síria se Assad entregasse armas químicas, diz Kerry

“A primeira coisa que deveriam se perguntar é: o que as guerras dão à América? Nada. Nenhum ganho político, nenhum ganho econômico, nenhuma boa reputação”, disse o presidente sírio. “Então essa guerra é contra os interesses dos Estados Unidos”, completou. Ele afirmou ainda que “qualquer ataque será um apoio direto à ramificação da Al Qaeda que se chama Al Nusra”.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

Agência Efe

Manifestantes protestam nos Estados Unidos contra possível ataque militar do país à Síria 

Assad disse também que os EUA podem “esperar qualquer coisa” em retaliação a um possível ataque, tanto do governo sírio como de seus aliados na região. Quando questionado pelo entrevistador Charlie Rose sobre se as ações em resposta envolveriam atentados químicos, o presidente sírio respondeu que “poderia acontecer”, mas que não pode saber o que ocorrerá no futuro porque não é “cartomante”. 

Presidente sírio afirmou que norte-americanos podem "esperar qualquer coisa" em retaliação

NULL

NULL

Além disso, Assad também insistiu que não se pode afirmar que o suposto ataque químico do dia 21 de agosto realmente ocorreu. “Nós não estamos na área onde o suposto ataque aconteceu. Não temos certeza de que ocorreu alguma coisa”, afirmou. Ele acrescentou que o governo norte-americano não tem “um único fragmento de evidência” do uso de armas químicas e sustentou que o apresentado pelo secretário de Estado John Kerry foram “sua confiança e suas convicções”.

Leia mais:
Rússia propõe à Síria que entregue armas químicas à comunidade internacional

Sobre o uso de armas químicas, o presidente se disse contrário “a qualquer tipo de armas de destruição em massa, sejam elas nucleares ou químicas”. Segundo ele, a Síria não assinou o tratado contra esse tipo de armamento porque Israel o possui e também deve assinar. Ao responder se considera uma guerra química equivalente a uma nuclear, Assad disse, rindo: “Eu não sei. Nós não tentamos também”.

Quando falou sobre as acusações de que seria um “açougueiro”, Assad disse que “não se chama um médico que amputa a perna de um paciente com gangrena, se ele tiver de fazê-lo, de açougueiro. Não o chamamos de açougueiro, o chamamos de médico”. “Quando existe terrorismo, temos uma guerra. Quando há uma guerra, sempre existem vidas inocentes que poderiam ser vítimas de qualquer guerra”, completou.