O presidente da Síria, Bashar al Assad, afirmou em entrevista à CBS News que qualquer ataque dos Estados Unidos a seu país “vai apoiar a Al Qaeda”. No programa, que será exibido nesta segunda-feira (09/09), Assad declarou que uma guerra iria apoiar “as mesmas pessoas que mataram norte-americanos no [ataque de] 11 de setembro”.
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“A primeira coisa que deveriam se perguntar é: o que as guerras dão à América? Nada. Nenhum ganho político, nenhum ganho econômico, nenhuma boa reputação”, disse o presidente sírio. “Então essa guerra é contra os interesses dos Estados Unidos”, completou. Ele afirmou ainda que “qualquer ataque será um apoio direto à ramificação da Al Qaeda que se chama Al Nusra”.
Agência Efe
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Assad disse também que os EUA podem “esperar qualquer coisa” em retaliação a um possível ataque, tanto do governo sírio como de seus aliados na região. Quando questionado pelo entrevistador Charlie Rose sobre se as ações em resposta envolveriam atentados químicos, o presidente sírio respondeu que “poderia acontecer”, mas que não pode saber o que ocorrerá no futuro porque não é “cartomante”.
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Além disso, Assad também insistiu que não se pode afirmar que o suposto ataque químico do dia 21 de agosto realmente ocorreu. “Nós não estamos na área onde o suposto ataque aconteceu. Não temos certeza de que ocorreu alguma coisa”, afirmou. Ele acrescentou que o governo norte-americano não tem “um único fragmento de evidência” do uso de armas químicas e sustentou que o apresentado pelo secretário de Estado John Kerry foram “sua confiança e suas convicções”.
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Sobre o uso de armas químicas, o presidente se disse contrário “a qualquer tipo de armas de destruição em massa, sejam elas nucleares ou químicas”. Segundo ele, a Síria não assinou o tratado contra esse tipo de armamento porque Israel o possui e também deve assinar. Ao responder se considera uma guerra química equivalente a uma nuclear, Assad disse, rindo: “Eu não sei. Nós não tentamos também”.
Quando falou sobre as acusações de que seria um “açougueiro”, Assad disse que “não se chama um médico que amputa a perna de um paciente com gangrena, se ele tiver de fazê-lo, de açougueiro. Não o chamamos de açougueiro, o chamamos de médico”. “Quando existe terrorismo, temos uma guerra. Quando há uma guerra, sempre existem vidas inocentes que poderiam ser vítimas de qualquer guerra”, completou.