O presidente do Parlamento da Síria, Mohammad Jihad al-Laham, anunciou nesta quarta-feira (04/06) que o presidente Bashar Al Assad foi reeleito presidente do país com 88,7% dos votos.
O comparecimento às urnas foi de 73,47%. Quase 16 milhões dos 23,6 milhões de sírios foram convocados a comparecer às urnas nos 9.601 centros de votação. No entanto, os colégios eleitorais só estavam abertos em territórios controlados pelas autoridades sírias, pois parte do país está sob domínio da oposição armada.
Assad está no poder desde 2000.
Efe
Assad e sua mulher, Asma, votam em Damasco na terça-feira (03/05)
A oposição caracterizou a votação como uma “farsa” que irá prolongar o conflito no país, enquanto os EUA chamaram a eleição de uma “desgraça”, alegando que Assad “não tem mais credibilidade hoje pelo que ele fez ontem”.
Efe
No pleito, o atual líder sírio enfrentou dois concorrentes praticamente desconhecidos: o parlamentar Maher al- Hajjad e o ex-ministro Hassan al- Nouri .
De acordo com a Al Jazeera, ambos criticaram levemente o governo de Assad, por medo de serem ligados a uma oposição marcada como “terrorista” pelas autoridades. Em vez disso, os dois candidatos focaram em questões como corrupção e política econômica.
[Sírio simpatizante de Assad participa de passeata a favor de líder]
Apesar de o governo garantir reforço na segurança e de quatro grupos da oposição anunciarem que não atacariam os centros de votação para não matar civis, pelo menos 11 pessoas morreram na terça no impacto de bombas disparadas pela oposição contra bairros controlados pelas forças governamentais em Aleppo.
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Na capital, o respaldo ao presidente é significativo entre amplos setores da população, especialmente entre os cristãos e outras minorias religiosas, preocupados com uma hipotética ascensão ao poder dos islamitas se Assad não vencesse, segundo a Efe.
Trata-se do primeiro pleito sírio nos últimos 50 anos, em meio a uma guerra civil que se arrasta há três anos e já resultou na morte de mais de 162 mil pessoas, além de 2,5 milhões de refugiados em outros países. As últimas sete eleições presidenciais foram realizadas em forma de referendo para aprovar Bashar ou seu pai, Hafez al-Assad (1971-2000). Ambos nunca tiveram níveis de aprovação nas urnas inferiores a 95%.