A Associação Brasileira de Mídias Digitais (ABMD) pediu nesta sexta-feira (30/07) ao YouTube que a plataforma exclua definitivamente o vídeo veiculado nesta quinta-feira (29/07) por meio de aparatos presidenciais em que o presidente Jair Bolsonaro ataca o sistema eleitoral, bem como os vídeos que foram produzidos a partir dele.
De acordo com a associação, o pedido se baseia “em razão do aprendizado que as democracias eleitorais em todo o mundo (…) colhem das sucessivas e contemporâneas intervenções de autocratas, candidatos a ditadores e fascistas que manipulam eleições a partir de fake news”.
A ABMD aponta ainda que Bolsonaro usou seu canal na plataforma em questão para “inventar falsas vulnerabilidades das urnas eletrônicas e do processo de apuração e contagem de votos” no Brasil, além de ter atacado “instituições como o Supremo Tribunal Federal, Tribunal Superior Eleitoral e seus ministros”, com o apoio “inédito e flagrantemente ilegal da TV Brasil/Radiobrás e do aparato de comunicação social da Presidência da República”.
Outras redes sociais como Facebook, Twitter, Instagram e aplicativos de mensagem, como WhatsApp, também teriam sido usadas “como apoio à disseminação de tais ataques que repugnam a democracia”, segundo a associação, não apenas reproduzindo “falas inverídicas” de Bolsonaro, como também “municiando o arsenal de falsidades, ódios e discursos impróprios produzidos pelo presidente e por sua máquina de intervir na cena política de forma desonesta e inapropriada”.
Planalto
A ABMD destaca ainda que o processo de coleta e apuração de votos adotado no Brasil é “íntegro, moderno e auditável”, cumprindo um papel central “na reconstrução democrática desde que a ditadura militar foi derrotada” e pede ao Google e a outras plataformas que vetem buscas e impeçam a disseminação e circulação das “falsas afirmações” de Bolsonaro.
“Os veículos de comunicação que nós representamos [no qual Opera Mundi se inclui] fazem jornalismo independente e moderno”, declara, afirmando que o ambiente digital é o ecossistema em que “habitamos” e que por meio dele é possível explicar a conjuntura e levar notícias reais e “apuração honesta de fatos” a quem acompanha. “Temos compromisso com a verdade”, diz a ABMD.
“Ninguém pode vir a esse ambiente de mídias digitais para confundir, mentir e dividir ainda mais a sociedade. Agir rapidamente contra as fake news, será didático para todos – sobretudo para o Brasil e para os brasileiros. E isso é urgente”, conclui.
A nota foi assinada pelo presidente da associação Florestan Fernandes Jr., o vice-presidente Luís Costa Pinto, vice-presidente e a secretária-geral Adriana Delorenzo.