Ataque aéreo no Afeganistão mata dezenas de civis, talvez mais
Ataque aéreo no Afeganistão mata dezenas de civis, talvez mais
Dezenas de civis afegãos morreram num ataque aéreo da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e do exército afegão realizado na última segunda-feira contra militantes talibãs, disse hoje (6) a Cruz Vermelha. Fontes afegãs afirmam que o número de vítimas pode chegar a 130 ou mais.
Nesse clima, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, do Afeganistão, Hamid Karzai, e do Paquistão, Asif Alí Zardari, reuniram-se hoje para tentar fortalecer a cooperação na luta contra os talibãs. Obama afirmou que o encontro foi positivo, reiterou a importância dos 21 mil efetivos destacados para combater no país e declarou: “Haverá mais violência, e mais resposta”.
O objetivo do ataque aéreo de segunda-feira era atingir militantes do grupo radical, que estavam na cidade de Bala Boluk, província de Farah, no oeste do Afeganistão, perto da fronteira com o Irã.
Ainda não foi divulgado nenhum número oficial de vítimas ou dados sobre a presença de civis na área atacada. Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, pelo menos 25 militantes morreram no bombardeio, além dos civis, que tentavam se esconder em residências, mas acabaram atingidos.
Militares norte-americanos e o governador local, Rohul Amin, contaram que o exército afegão havia pedido ajuda para reprimir um ataque de militantes. Cerca de 100 deles teriam atacado ontem um posto policial em Farah, matando três oficiais e ferindo outros quatro.
Afegãos buscam pertences entre os escombros de suas casas após o bombardeio; foto: EFE
“Inaceitável”
O presidente do Afeganistão vem pedindo reiteradamente às forças ocidentais no país que reduzam o número de mortes de civis e disse que vai investigar o incidente. Karzai afirmou que já enviou uma delegação para investigar o incidente. Em comunicado oficial, classificou a perda de civis como “injustificável e inaceitável” e disse que trataria disso com Obama. Após o encontro, no entanto, apenas Obama se pronunciou.
A morte de civis tem feito com que muitos afegãos se oponham à guerra contra os talibãs. O governador da província de Farah disse ao Parlamento nacional, num telefonema transmitido por alto-falante, que cerca de 100 civis foram mortos, segundo o legislador Mohammad Naim Farahi.
A secretária de Estado Hillary Clinton reforçou o pedido de investigação sobre o ataque e lamentou a morte dos civis afegãos. Karzai agradeceu as palavras, mas disse que trataria do assunto com Obama.
O Afeganistão e o Paquistão são as prioridades militares de Washington à medida que as tropas estacionadas no Iraque serão retiradas do país, conforme o presidente Obama tem dito desde que assumiu a presidência, em janeiro.
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