Atualizado às 12:00
Agência Efe
Foto disponibilizada pela agência estatal Sana na qual o ministro de Defesa (direita), General Daoud Rajiha, está em cerimônia junto do presidente sírio Bashar al Assad (esquerda)
O ministro de Defesa da Síria e o cunhado do presidente Bashar al Assad foram mortos em um atentado das forças de oposição nesta quarta-feira (18/07) na sede da Segurança Nacional em Damasco, informou a agência oficial síria. É a principal baixa dos membros do regime sírio desde o início dos conflitos.
O General Daoud Rajiha e Assef Shawkat, vice-ministro da Defesa, participavam de uma reunião junto com outros ministros e funcionários do alto escalão do governo sobre a questão da segurança no país quando foram atingidos.
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Mortes
O bombardeio também feriu gravemente o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim al Shaar, e o líder do escritório da Segurança Nacional, Hisham Bekhtyar, noticiou a Al-Jazeera.
Além das mortes confirmadas por órgãos oficiais do país, meios de comunicação internacional apontam que o atentado pode ter ferido fatalmente mais outros dois membros do regime.
A rede de televisão CNN, bem como a agência de notícias Reuters, informaram que Hasan Turkmani, antigo ministro de Defesa e atual conselheiro de segurança de Bashar, também foi morto durante o atentado. A rede BBC disse que a informação foi confirmada pela agência estatal do país.
O canal de notícias Al-Arabyia acrescentou que Hafez Makhlouf, primo materno do presidente sírio e irmão do importante empresário Rami Makhlouf, pode também ter sido vítima do ataque.
Atentado
Não se sabe, no entanto, como de fato ocorreu o atentado desta quarta-feira (18/07). Relatos indicam que a “intensa explosão” foi causada por um carro bomba, afirmou o Observatório de Direitos Humanos da Síria, centro da oposição baseada em Londres. A Al-Jazeera reportou a ocorrência de troca de tiros após a explosão na sede da Segurança Nacional.
Carlos Latuff
Em entrevista à rede televisiva CNN, Coronel Malek al Kurdi do Exército Livre da Síria, disse que o atentado foi realizado com uma “bomba plantada dentro da sala de reuniões e disparada por um controle remoto” e não por um ataque suicida, como divulgado amplamente.
Autoria do ataque
O atentado faz parte de uma intensa ofensiva da oposição armada nas ruas da capital síria e duas organizações assumiram sua autoria.
O Exército Livre da Sìria e o grupo rebelde Liwa al Islam (em português, Brigada do Islã) se responsabilizaram pelo ataque, confirmou a Al-Jazeera. O atentando “teve como alvo o comitê nomeado para controlar a crise na capital síria, Damasco”, escreveu um dos rebeldes na página do Facebook do grupo.
“Este é o vulcão de que falávamos, nós estamos apenas começando”, disse Qassim Saadeni, o porta-voz do ELS, segundo o diário britânico The Guardian. O Coronel al Kurdi informou à CNN que os ataques foram conduzidos em coordenação com diversas brigadas em Damasco.
Resposta do governo
O governo sírio anunciou o General Fahad Jassim al Freiji, chefe das Forças Armadas, como substituto do posto de ministro de Defesa e repudiou o ataque, disse a rede BBC citando agência estatal síria. Em comunicado oficial, o Exército da Síria se comprometeu a perseguir os autores do atentado desta quarta-feira (18/07). “A Síria, como povo, exército e liderança, está agora mais firme para enfrentar o terrorismo”, diz o texto.
Rumores
Nas redes sociais, surgem diversos rumores de que o vice-presidente sírio, Farouk al-Sharaa, desertou para a Jordânia. A LCC Síria, rede ativista de oposição ao governo de Bashar, relatou em sua página no Twitter diversos casos de deserção. Até o momento, não existem informações oficiais nem confirmadas.