A esgrimista e ex-ministra do Esporte da Venezuela, Alejandra Benitez, afirmou nesta segunda-feira (01/08) que não saudará o presidente interino, Michel Temer, na abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em protesto contra o processo de impeachment que levou ao afastamento temporário de Dilma Rousseff.
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Esgrimista Alejandra Benitez vem ao Brasil participar de sua quarta Olimpíada
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a atleta disse que pretende não acenar para Temer, que estará nas tribunas do Maracanã durante o desfile das delegações na próxima sexta-feira (05/08).
Dilma, por sua vez, anunciou que não participará da abertura dos Jogos Olímpicos.
“Lamento porque pensava que ia passar pelo estádio e iria saudar a Dilma, como presidente da República. Mas agora há um golpista”, disse a atleta.
“Eu não vou saudá-lo, por exemplo, porque é um golpista [em referência a Michel Temer]. Não sei se todos os venezuelanos vão, mas eu não vou. Passarei diretamente porque ele é um golpista, e os golpistas são antidemocráticos. Eu sou pela democracia e pela justiça. Queria ver a Dilma, e não vou a saudá-lo”, completou.
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Alejandra está no Brasil para disputar sua quarta Olimpíada. A atleta experiente, de 36 anos, fez carreira também na política. Foi ex-ministra do Esporte no governo do presidente Nicolás Maduro entre 2013 e 2014 e deputada pelo PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) entre 2010 e janeiro deste ano.
A esgrimista disse também considerar o impeachment, o qual classifica como “golpe de Estado”, um ato “machista” e “patriarcal”.
“Eu, como mulher, acredito que também foi um ato machista, algo patriarcal, contra a mulher. Na política, o homem acredita que deve se impor ante a mulher, e que ela não tem méritos por estar lá”, completou.