Thassio Borges/Opera Mundi
Centenas de pessoas foram às ruas do centro da cidade de São Paulo na tarde desta terça-feira (20/09) para exigir o reconhecimento da Palestina como Estado Pleno pela ONU (Organização das Nações Unidas). O pedido palestino, que deverá ser feito na próxima sexta-feira (23/09) na 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, já sofreu oposição dos Estados Unidos, que prometem vetar a tentativa no Conselho de Segurança.
A manifestação foi organizada pelo Comitê em defesa do Estado da Palestina, grupo composto por mais de 50 instituições entre centrais sindicais, entidades árabe-brasileiras, islâmicas e movimentos sociais. Por volta das 17 horas, os manifestantes se reuniram na Praça Ramos de Azevedo, região central de São Paulo, na frente do Teatro Municipal da cidade.
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Líderes dos partidos, centrais sindicais e outras entidades falaram sobre a atual situação da Palestina e, em seus discursos, pediram para que a ONU perceba a importância da decisão. Quem passava pelo local era convidado a juntar-se às dezenas de bandeiras que, juntamente à da Palestina, tremulavam nas escadas do Teatro.
“É uma reivindicação justa do povo palestino. Nós sempre tivemos solidariedade com esta causa e por isso estamos aqui”, afirmou João Otávio Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ao Opera Mundi.
Thassio Borges/Opera Mundi
“A não constituição de um Estado seria uma derrota não apenas para os palestinos, mas também para aqueles que defendem a paz. Estive na região no último mês de maio e fiquei chocado ao observar a forma com que Israel trata o povo palestino. Há barreiras permanentes, muros que isolam a população. Nossa esperança é que isso acabe, pois eles têm o direito de ter sua própria nação”, completou.
O clima entre as entidades presentes era de que os Estados Unidos, de fato, vetariam o pedido palestino no Conselho de Segurança. No entanto, em caso de veto, a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) ainda poderá sugerir que a Palestina se torne um membro parcial e deixe de ser observador. Para a UBM (União Brasileira de Mulheres), o plano considerado B dos palestinos já seria uma grande vitória para os moradores da região.
“Esta já seria uma grande vitória, até mesmo sobre os Estados Unidos. O Estado da Palestina vive um momento histórico, de superação”, avaliou Simoni Mascarenhas da Silva, coordenadora de organização nacional da UBM.
Caminhada
Desde o início do protesto, os manifestantes estenderam faixas que clamavam pelo “Estado da Palestina já!”. Além disso, uma grande bandeira palestina foi aberta sobre o chão em frente às escadarias, chamando a atenção de quem passava pelo local.
Os manifestantes pediram o fim da ocupação dos territórios palestinos, a erradicação dos assentamentos e o retorno de refugiados e presos políticos. Após cerca de uma hora de discursos, todos partiram em uma caminhada em direção à Câmara Municipal da cidade. Segundo a CET (Central de Engenharia de Tráfego), havia cerca de 600 pessoas na manifestação. Os organizadores afirmaram que o número havia chegado a mil, enquanto a Polícia Militar preferiu não fazer uma estimativa.
“Nós estamos fazendo a nossa parte, em um ato legítimo de apoio a um povo que está sendo oprimido há tantos anos e precisa ver sua autonomia e liberdade afirmadas e reconhecidas. Nós esperamos que a posição brasileira contribua para esse processo que pode favorecer um reconhecimento”, disse Gabriel Medina, presidente do Conselho Nacional de Juventude do Governo Federal e militante do PT.
Pedido Palestino
A discussão ganhou ainda mais força com o anúncio feito pelo presidente da ANP, Mahmoud Abbas, de que pediria o reconhecimento do Estado palestino como um território independente durante a 66ª Assembleia Geral da ONU, que acontece durante esta semana em Nova York.
De imediato, os Estados Unidos declararam que, caso Abbas prossiga com o pedido, o país irá vetá-lo. Alguns congressistas norte-americanos chegaram a dizer, inclusive, que o país suspenderia a ajuda econômica aos palestinos, caso a tentativa de reconhecimento fosse adiante.
Abbas deverá discursar na Assembleia da ONU na próxima sexta-feira e, a partir do esperado pedido, deverá ser feita uma votação para o reconhecimento do Estado palestino. A votação, no entanto, deve ser aprovada pelo Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos deverão confirmar o veto ao pedido.
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