Partidários e opositores do governo do presidente Hugo Chávez lembram nesta quarta-feira (23/01) a queda da ditadura do general Marcos Pérez Jiménez, que governou o país entre 1948 e 1958. O chavismo promete tomar as ruas de Caracas a partir de três pontos da capital venezuelana, culminando no emblemático bairro de 23 de Janeiro. Já a oposição, que havia planejado uma passeata, preferiu realizar um ato fechado em um ginásio esportivo.
Efe
Muro com imagem de Hugo Chávez, em Caracas. Presidente venezuelano está internado há mais de um mês em Havana
“É uma data que pertence ao povo venezuelano na sua busca pela tranquilidade, paz, democracia e por mais participação contra a exclusão e com exigências de melhor distribuição da riqueza”, disse o coordenador nacional da Mobilização PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), Dario Vivas. O comando do PSUV informou que o objetivo é comemorar a democracia e prestar apoio a Chávez.
O presidente está internado em Havana desde 11 de dezembro do ano passado, quando foi submetido a uma quarta cirurgia contra um câncer. Os atos políticos acontecem em um momento de expectativa para o retorno do chefe de Estado ao país. Enquanto o oficialismo defende que Chávez deve permanecer quanto tempo for necessário em recuperação, a oposição questiona decisão da Assembleia Nacional e do Supremo venezuelano, que eliminaram a obrigatoriedade da posse do presidente em 10 de janeiro.
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A coligação de partidos opositores MUD (Mesa de Unidade Democrática) decidiu se concentrar no ginásio Parque Miranda para “reinventar a organização e celebrar a democracia”, segundo o secretário nacional da aliança, Ramón Guillermo Aveledo. Também está previsto que compareçam ao ato os únicos três governadores opositores, o ex-candidato presidencial e governador de Miranda, Henrique Capriles; Henri Falcon, do estado de Lara; e Liborio Guarulla, do Amazonas.
Recuperação
“Ainda não está prevista uma data de seu retorno”, afirmou o ministro de Comunicação, Ernesto Villegas, após um conselho de ministros realizado nesta terça-feira e no qual, segundo disse, foi divulgado pelo ministro de Ciência e Tecnologia e genro de Chávez, Jorge Arreaza, um relatório “muito encorajador” sobre a evolução da saúde do presidente, de 58 anos.
Villegas declarou que Chávez “está atento ao desenvolvimento dos eventos na Venezuela”, e que lidou com “integridade e força espiritual e física” uma “batalha dura” e “complexa” desde a intervenção cirúrgica realizada em 11 de dezembro.
O vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que está interinamente no poder, disse ao se referir ao governante que “não há pressa” para que ele volte ao país, mas destacou “grandes avanços” em seu processo de recuperação. “O senhor, comandante Chávez, mantenha-se disciplinado e tranquilo, aqui não há pressa, está tudo tranquilo, aqui o que há é a importância de que o senhor se recupere com qualidade”, afirmou Maduro durante uma visita a uma fábrica de computadores e transmitida pela televisão.
* Com informações da Agência Efe, Prensa Latina e AVN (Agência Venezuelana de Notícias)