Opera Mundi TV
Aryane Silva discute a implementação de um currículo escolar que respeite a cultura indígena
Com a rigidez dos currículos escolares, é difícil encontrar escolas que trabalhem com a diversidade dos estudantes indígenas. Questões éticas, linguísticas e princípios familiares são tensionados diariamente nas salas de aula. Aryane Silva, professora e mestranda em linguística pela Unicamp (Universidade de Campinas), responde: O que a criança indígena deve aprender na escola?
Segundo a professora, um passo importante é o de “entender que as etnias têm suas especificidades. São muitas etnias no Brasil e cada povo indígena vai ter sua cultura. Então não tem como dizer que a escola indígena vai encontrar um caminho modelo e vai seguir. Cada povo vai olhar para sua cultura e vai achar relevante ter ou não uma questão dela dentro da escola.”
Veja o primeiro bloco, onde Aryane Silva discute a implementação da cultura indígena dentro do currículo escolar
NULL
NULL
No segundo bloco, a professora responde perguntas dos correspondentes de Opera Mundi
Em um primeiro momento, “era interessante para o governo que os povos indígenas fossem integrados às sociedades para que eles pudessem explorar os territórios e os recursos naturais”, ao mesmo tempo em que “a religião tinha o interesse da catequização”, afirma. Esta tentativa encontrou barreiras, uma vez que a diferença de idiomas dificultava a tarefa de alfabetizar esses povos. Em um segundo momento, traçado a partir da Constituição de 1988, “instituições não governamentais e o governo passam a ter essa preocupação com a educação”, afirma.
Mas como essa educação vai acontecer dentro da aldeia? Segundo Aryane, existem dois pontos de vista para a formulação do currículo dentro de comunidades indígenas. Há “comunidades que vão falar: nós queremos a escola aqui dentro e queremos nossa cultura dentro dela”. De outro lado, existe uma categoria que crê “que a escola é uma instituição do não índio”. Segundo ela, essas comunidades preferem a perspectiva de usar a escola “como uma ferramenta” para aprender os conhecimentos dos não índios.