A Austrália vai ressarcir a França em 555 milhões de euros por conta da quebra de contrato na compra de submarinos da Naval Group e para por fim ao litígio iniciado em 2021, anunciou o governo de Camberra.
Segundo nota oficial, assinada pelo primeiro-ministro, Anthony Albanese, o grupo francês aceitou um “acordo justo e equilibrado” pela violação do gigantesco contrato de 56 bilhões de euros.
A venda de 12 submarinos havia sido assinada em 2016 e era considerado o “contrato do século” na relação entre os dois países. No entanto, em setembro de 2021, a Austrália anunciou uma parceria comercial com Estados Unidos e Reino Unido, chamada de “Aukus”, e o então premiê, Scott Morrison, informou que o contrato com os franceses estava cancelado.
Paris não havia sido notificada do rompimento antes do anúncio, que foi visto de maneira crítica por toda a União Europeia. Além de Camberra, a desistência ainda gerou uma crise diplomática com os Estados Unidos, que fornecerão submarinos com capacidades nucleares assim como os britânicos.
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A venda de 12 submarinos havia sido assinada em 2016 e era considerado o "contrato do século" na relação entre os dois países
O governo francês chegou a falar de “facada nas costas” dos norte-americanos e, após uma série de reuniões de alto nível, o presidente Joe Biden reconheceu que “não houve elegância” por parte dos Estados Unidos na questão.
Já entre França e Austrália, as relações diplomáticas ficaram praticamente congeladas até maio, quando Morrison foi substituído por Albanese.
O Aukus é uma maneira dos australianos tentarem se defender da crescente presença da China na região indo-pacífica, mas especialistas apontam que a entrega do primeiro submarino – seja norte-americano ou britânico – ainda deve demorar anos.