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Um campo de detenção de migrantes localizado na ilha Christmas, próxima à costa da Indonésia, será reaberto pela Austrália, anunciou o primeiro-ministro do país, Scott Morrison, nesta quarta-feira (13/02).
Morrison aprovou a reabertura do controverso e remoto centro, fechado há apenas dois meses, argumentando que uma nova lei aprovadas pelo Parlamento devem fazer com que aumente o número de pessoas tentando entrar na Austrália ilegalmente.
Numa derrota para o premiê, o Parlamento aprovou uma lei que facilita a transferência para hospitais australianos dos cerca de mil requerentes de asilo doentes que Camberra mantém em Nauru e na Papua-Nova Guiné, se houver recomendação de dois ou mais médicos.
Em sua intervenção no Parlamento, Morrison afirmou temer que a lei sirva para que “criminosos e terroristas” se fixem no país e acusou a oposição de tentar enfraquecer as fronteiras australianas.
A medida foi aprovada nesta terça-feira por uma apertada maioria na Câmara dos Representantes, com 75 votos a favor e 74 contrários. Foi a primeira vez em décadas que um governo australiano perdeu uma votação sobre sua própria legislação na Casa. A medida também recebeu o aval do Senado nesta quarta.
Território externo da Austrália, a ilha Christmas fica 2.300 quilômetros a noroeste de Perth, capital do estado da Austrália Ocidental. O campo de detenção na ilha, aberto em 2008, já abrigou milhares de pessoas e foi palco de violentos protestos de detentos que reclamavam das más condições no local.
O centro era alvo de traficantes de pessoas que transportavam requerentes de asilo da Ásia, da África e do Oriente Médio. Os últimos 35 migrantes detidos no cocal foram retirados da ilha em outubro passado, quando o campo foi fechado. As instalações na ilha Christmas foram tema de campanhas eleitorais passadas.
Autoridades na ilha questionaram a reabertura do centro, afirmando que sua instalações de saúde são limitadas e que a localidade precisa transferir doentes para outros lugares com frequência, pois seu hospital não consegue realizar tratamentos complexos.
A Austrália tem sido fortemente criticada por sua política migratória restritiva, aplicada desde 2013 e que consiste em rejeitar sistematicamente embarcações de migrantes que tentam atingir ilegalmente as suas costas.
Os migrantes que conseguem atingir terra são enviados por tempo indeterminado para campos de detenção, enquanto o seu pedido de asilo é examinado.
Camberra justifica a política migratória com a necessidade de lutar contra grupos de traficantes e de dissuadir migrantes que se arriscam na perigosa travessia em direção à Austrália.
LPF/afp/ap/rtr/lusa