Dois meses depois da eleição presidencial na Venezuela, marcada por um recorde de participação de 84% – em um país onde o voto não é obrigatório –, as eleições regionais deste domingo (16/12) mostram, até o momento, uma alta abstenção. “Níveis de comparecimento foram moderados. Por isso, fazemos um chamado à democracia”, pediu o vice-presidente, Nicolás Maduro, em coletiva de imprensa.
Efe
Eleitor espera para votar em colégio eleitoral de Caracas. Eleições acontecem em clima de tranquilidade e sem incidentes
O anúncio do retorno do câncer do presidente Hugo Chávez, feito há oito dias, chegou a ser apontado como um fator de motivação tanto para chavistas quanto para a oposição, mas, de acordo com o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), a afluência às urnas é pequena. Socorro Hernández, reitora do órgão, afirmou, porém, que em eleições regionais “a porcentagem é sempre menor.”
Opera Mundi visitou colégio eleitoral no bairro de Altamira, no Estado de Miranda, onde o atual governador, Henrique Capriles, tenta a reeleição contra Elias Jaua, ex-vice-presidente de Chávez. Funcionários do CNE relataram que o comparecimento até as 15h (17h30 em Brasília) havia sido sensivelmente menor que o registrado na eleição presidencial. Não havia filas nas salas de votação e alguns mesários lanchavam nas mesas eleitorais, enquanto outros conversavam do lado de fora.
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O CNE informou que antes do meio-dia, 99,87 % das 36.220 mesas dispostas para essa jornada eleitoral haviam sido instaladas e que, até o momento, foram reportados incidentes “menores” como propaganda e a ruptura de uma máquina automatizada de votação.
Desde cedo, as campanhas do governo e da oposição convocaram os eleitores a votar. O chefe do oficialista Comando Carabobo, Jorge Rodríguez, do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), disse acreditar que a participação popular “se imponha” e convidou as pessoas a votar.
O coordenador da campanha da aliança opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática), Antonio Ledezma, afirmou que nessas eleições “não está em jogo somente um governo”, indicando que os resultados podem definir o mapa político venezuelano.
Os cerca de 17,42 milhões de eleitores aptos a votar elegerão 23 governadores, 229 deputados estaduais e oito representantes indígenas para o período 2013-2017.