A Associação Bancária da Argentina convocou nesta quinta-feira (28/04), após uma proposta patronal de aumento de salários considerada “indamissível” pela entidade trabalhista, uma greve nacional que paralisou o atendimento ao cliente.
O chefe do sindicato dos bancários, Sergio Palazzo, explicou que “os trabalhadores estão indignados com os bancos, que ganharam o suficiente para apresentar uma proposta melhor do que a que eles fizeram”.
“Perante uma proposta inadmissível feita pelos patrões na audiência conjunta de hoje e na qual se ignora o mandato do presidente da nação, que afirmou claramente que os salários devem ultrapassar a inflação, as câmaras [entidades] bancárias continuam sem ouvir os trabalhadores e os trabalhadores, e diante desta provocação nossa resposta é ratificar a greve nacional”, disse a associação em nota publicada nesta quarta (27/04).
? Ante una propuesta inadmisible realizada por la patronal en la audiencia paritaria del día de hoy, nuestra respuesta es ratificar el PARO NACIONAL para mañana jueves 28 de abril.
✊ ¡Todos nos desconectamos, nos movilizamos y paramos! pic.twitter.com/eg74Fdq7aE
— Asociación Bancaria (@La_Bancaria) April 27, 2022
O sindicato, em sua nota de convocação, diz ainda que o setor que representa os patrões propôs um “aumento salarial de 55% em três parcelas até o mês de novembro, com revisão dentro do último trimestre do ano, ou antes, caso as condições macroeconômicas do país mudem”.
@La_Bancaria/Reprodução
Sindicato do setor considerou a proposta de aumento salarial feita por entidades patronais como ‘inadmissível’
Palazzo, que também é deputado pela sigla Frente de Todos, sustentou que “além do percentual”, a forma de cinco a sete pagamentos “é o que faz com que a proposta seja rejeitada”. “Com a perspectiva de inflação que se estima, em sete meses perderíamos com a inflação”, explicou.
O sindicalista explicou que, em um ano, os bancos aumentaram entre 60% e 189% o números de pacotes para os usuários do serviço: “Por que é demais pedirmos 60% como piso ou um tratamento semelhante ao que cobram dos clientes?”
“Tem que haver correções na política, por isso o grande debate da Frente de Todos que se expressa nas divergências internas. Em algum momento encontraremos a síntese e poderemos apresentar um programa social e econômico mais ativo”, acrescentou Palazzo.