O Banco Central da Turquia decidiu nesta quinta-feira (13/09) elevar a taxa básica de juros de 17,75% para 24%. A decisão é relacionada, de acordo com o órgão, às mudanças na tendência na atividade econômica, que levaram o governo a conter a demanda interna e manter os níveis de procura externos.
Segundo o BC, a perspectiva de inflação “generalizada” demonstra “riscos significativos à estabilidade de preços”, o que contribui para impactos no câmbio. Em nota, a instituição diz que a medida tem o objetivo de “implementar um aperto monetário forte” a fim de equilibrar os preços, usando “todos os instrumentos positivos”.
O texto ainda pontua que a política monetária permanecerá em vigor até que a perspectiva inflacionária apresente “significativa melhora”. O órgão monitora o comportamento dos preços para tomar futuras decisões e afirma que “qualquer novo dado ou informação” pode levar a “mais aperto monetário”.
A elevação dos juros foi sinalizada pelo comitê na última semana, à medida que o índice de preços e o mercado turco sofreram com a instabilidade da economia, sobretudo pela desvalorização da moeda nacional, a lira. A decisão do BC contraria a opinião do presidente, Recep Tayyip Erdogan, que aponta o aumento dos juros como algo prejudicial à economia do país.
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Erdogan falou que a estratégia não muda sua “sensibilidade” em relação aos juros. No entanto, apesar da discordância, sinalizou que o Banco Central opera de forma independente.
Derretimento da moeda
A lira turca registrou forte desvalorização, entre os dias 10 e 13 de agosto, caindo 8,2% no período. O ponto alto do impacto no câmbio ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar aumentos nas tarifas de importação sobre o aço e o alumínio importados do país.
A Turquia, parceira econômica dos EUA há mais de seis décadas, precisou recorrer ao Banco Central para estimular a confiança no mercado e estabilizar a lira via política cambial – medida que segue em funcionamento há um mês.