Uma nova pesquisa revelada pela imprensa dos EUA nesta terça-feira (30/07) aponta que grande parte dos empregadores utiliza um banco de dados do FBI para contratar novos funcionários. O sistema, no entanto, não oferece informações precisas sobre os candidatos e promove critérios subjetivos que discriminam cidadãos por sua etnia ou classe social, dizem especialistas.
Mother Jones
O FBI é responsável pelo banco de dados de milhões de norte-americanos
Segundo informações do jornal Washington Post, a lista do FBI só apresenta o nome das pessoas e a ligação delas com crimes, sem qualquer detalhe sobre os fatos que aconteceram ou o julgamento do caso. Em outras palavras, mesmo que um cidadão tenha sido absolvido pela Justiça por algum crime, o seu nome estará na lista.
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Madeline Neighly, advogada norte-americana de Direitos Humanos para minorias, argumenta que o banco de dados do FBI faz com que negros e latinos sejam prejudicados de forma desproporcional no mercado de trabalho. “O sistema do FBI checa o histórico do cidadão. No entanto, esses dados são uma bagunça, fazendo que as minorias dos EUA tenham uma oportunidade de trabalho negada em grande número”, disse Madeline ao Washington Post.
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Dados oficiais da governo norte-americano confirmam que o FBI processou cerca de 17 milhões de pedidos de “antecedentes criminais” em 2012. Esse número é seis vezes maior que há uma década atrás. Juristas dos EUA apontam que no mínimo 600 mil desses documentos contém informações imprecisas.
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O FBI se defende da acusação. Em nota oficial, o órgão da inteligência afirma que o banco de dados é feito com informações repassadas pelo governo, o real responsável por atualizar a lista. Além disso, diz a nota, “o sistema com informações sobre antecedentes criminais cumprem um importante papel, pois auxilia as empresas a não contratarem, por exemplo, pessoas com histórico de abuso sexual, entre outras coisas”.
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Pela legislação norte-americana, trabalhadores portuários, caminhoneiros e outras diversas profissões do terceiro setor devem ter os seus dados checados no FBI. Com isso, afirmam os opositores ao sistema, o governo se transforma em “mediador” de milhões de vagas de emprego ao redor do país. A Inteligência dos EUA, no entanto, afirma que não participa da contratação de nenhum funcionário.
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“Conseguir um emprego atualmente situação econômica do país já é difícil o bastante para o trabalhador. Ninguém deveria perder uma oportunidade em função de um sistema impreciso de antecedentes criminais”, argumenta o congressista democrata Keith Ellison, que promete apresentar nos próximos dias um projeto de lei para alterar o sistema do FBI.