Contra as medidas propostas na Lei Ônibus e do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) apresentado pelo presidente da Argentina, Javier Milei, algumas atividades e serviços básicos suspenderam suas operações a partir do meio-dia pelo horário local nesta quarta-feira (24/01) em aderência à greve geral que ocorre no país.
Com a expectativa de reunir 200 mil pessoas, a greve geral convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) pretende mobilizar trabalhadores de todos os setores no centro de Buenos Aires, capital argentina, e a concentração irá em direção ao Congresso Nacional por volta das 15h. Nesse sentido, a operação de transporte, em especial, terá uma dinâmica diferente.
Em relação ao transporte público, o serviço será prestado até às 19h e a operação será normalizada a partir das 0h desta quinta-feira (25/01). O objetivo é garantir a transferência dos manifestantes para o Congresso argentino, destino final da marcha. O mesmo acontecerá nas linhas do metrô, que ficarão fechadas a partir das 19h até o final do dia.
Sendo a sede da CGT, na tradicional rua Azopardo 800, que é o ponto de concentração da greve, muitas das ruas do centro de Buenos Aires permanecerão fechadas durante toda a tarde. A expectativa é também de que a Avenida de Maio e 9 de Julho tenham trânsito carregado ao longo do dia.
Funcionamento de aeroportos
Os sindicatos do setor aeronáutico já haviam declarado adesão à greve, destacando que, portanto, as operações de voos e aeroportos teriam alterações nesta quarta-feira.
Na semana passada, a Associação do Corpo Técnico Aeronáutico (APTA) anunciou que iria “paralisar as suas tarefas das 12h até a meia-noite” e incentivou a mobilização da categoria.
A empresa Aeropuertos Argentina 2000, responsável pela administração dos principais aeroportos do país, constatou como cancelados todos os voos que partiriam dos terminais do Aeroporto Internacional de Buenos Aires-Ezeiza e Aeroparque Jorge Newbery após às 12h.
Twitter/La Izquierda Diario
Manifestantes começam a ocupar a praça do Congresso Nacional da Argentina em protesto contra medidas de Milei
Em geral, as companhias aéreas começaram a enviar notificações aos seus passageiros. Muitas já estão remarcando seus voos e também oferecem alternativas, como alterações de data ou até mesmo reembolso, sem custo adicional.
Para os brasileiros que compraram viagens pela Gol, por exemplo, a empresa chegou a cancelar os voos ao país platino e ampliou o atendimento, criando operações extras para os dias 25 e 26 de janeiro.
Por outro lado, a Latam não suspendeu as viagens, mas abriu a possibilidade para alterar as passagens ou pedir reembolso.
Independente da companhia aérea, a recomendação para os clientes que tinham voos programados nesta quarta-feira é de que continuem mantendo contato com suas respectivas empresas para acompanhar a situação das viagens.
Funcionamento de serviços básicos
Na cidade de Buenos Aires, os bancos suspenderam as atividades ao meio-dia. O próprio sindicato da Associação Bancária declarou apoio à greve e pediu que os trabalhadores participassem dos atos no Congresso.
Já em relação aos supermercados, Armando Cavalieri, representante do sindicato da Federação dos Empregados Comerciais, afirmou que a categoria adere à greve. No entanto, as mercearias permaneceram abertas nesta quarta-feira.
Quanto à assistência médica de Buenos Aires, os ambulatórios não funcionarão e os atendimentos cirúrgicos serão adiados.
Segundo o jornal Clarín, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que, com a suspensão de atividades por decisão da Associação de Médicos Municipais, sua responsabilidade como autoridade “é garantir o funcionamento de todos os guardas e de todas as áreas críticas”.