O ideólogo da ultradireita Stephen Bannon, ex-estrategista-chefe de Donald Trump se apresentou nesta quinta-feira (08/09) à Justiça de Nova York.
A procuradoria da cidade revelou pouco depois peça de acusação formal contra Bannon, de 68 anos, por lavagem de dinheiro, conspiração e fraude em relação a um suposto esquema de arrecadação de fundos para ajudar a construir um muro ao longo da fronteira entre EUA e México.
Foram seis acusações, uma por fraude, duas por lavagem de dinheiro e três por conspiração, feitas pelo procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, e pela procuradoria-geral de Nova York.
Os procuradores dizem que embora Bannon tenha prometido que todas as doações iriam para a construção do muro, ele esteve envolvido na transferência de centenas de milhares de dólares para entidades terceiras as quais usou para canalizar pagamentos para duas outras pessoas envolvidas no esquema.
Elizabeth Frantz/REUTERS
Bannon foi preso em 2020, acusado por desvios no esquema de arrecadação para construir muro
O documento não cita essas pessoas pelo nome, mas o detalhes coincidem com os de Brian Kolfage e Andrew Badolato, que alegaram ser culpados de acusações federais em abril.
Perdão de Trump
“É um crime obter lucro mentindo para os doadores, e em Nova York, você será responsabilizado”, disse Alvin Bragg, em comunicado.
Promotores de Manhattan também acusaram a WeBuildTheWall, Inc., a entidade sem fins lucrativos com que Bannon e seus ex-co-réus costumavam solicitar doações.
Bannon chegou a ser preso em agosto de 2020, acusado junto com outros três protagonistas de ter fraudado e desviado parte dos 25 milhões de dólares de doações que recebera para construir o muro.
Ele nunca foi julgado, pois o presidente Trump o perdoou em 19 de janeiro de 2021, um dia antes de deixar a Casa Branca e passar o cargo para o democrata Joe Biden.
No entanto, o indulto “preventivo” se aplica a possíveis crimes federais, mas não a crimes estaduais, pelos quais Bannon está sendo acusado neste caso.