O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que o aumento do desemprego causado pela crise econômica mundial afeta mais os latinos, principalmente aqueles que não conseguem regularizar sua documentação após a migração.
“Ninguém foi tão afetado pela crise como os latinos. E ainda são afetados. Ninguém foi tão prejudicado pela crise hipotecária, que os levou a perder suas casas”, disse Obama, em entrevista concedida à emissora norte-americana Telemundo, na noite desta terça-feira (21/9).
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Obama mencionou também o impacto da crise sobre a construção civil, um dos setores mais afetados, e que possui muita mão de obra hispânica, prejudicando, portanto, ainda mais os latinos. Segundo ele, o governo já está trabalhando para criar mais postos de trabalho para a comunidade latina, mas sem “passar por cima da Câmara ou do Senado”.
Durante a entrevista, Obama disse estar “decepcionado” com falta de apoio ao governo para melhorar as condições dos imigrantes. Ele estava se referindo à resistência feita pelos republicanos, que impediu o avanço do debate sobre o Dream Act no Senado. Na discussão da última segunda-feira (21/9), o texto foi rejeitado porque não conseguiu alcançar os 60 votos necessários e o debate será retomado apenas em novembro, após as eleições.
“Não encontrei nenhum parlamentar disposto a discutir a lei”, afirmou Obama.
O Dream Act permitiria a legalização de estudantes sem documentos, que entram nos Estados Unidos antes dos 16 anos e que têm menos de cinco anos de estada no país. A medida atenderia jovens que não tivessem antecedentes criminais e que tenham cursado pelo menos dois anos na universidade ou estejam prestando serviço militar. Se o texto for aprovado, a situação de cerca de 700 mil jovens e estudantes filhos de imigrantes pode ser regularizada.
A situação dos imigrantes latinos é um dos pontos críticos da administração Obama, já que a reforma para abrir caminho para a regularização dos cerca de 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos foi uma das promessas de campanha democrata e ainda não se concretizou.
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Outro argumento usado para criticar o atual governo é o índice de deportação. De acordo com reportagem do jornal Washington Post, a agência de Imigração e Alfândega espera deportar cerca de 400 mil pessoas em 2010, cerca de 10% a mais do que o total de imigrantes expulsos do país em 2008 e 25% mais do que em 2007, ainda no governo de George W. Bush (2001-2009).
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