Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (16/02) em Minsk, capital do seu país, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko foi perguntado sobre se o seu país entraria na guerra para apoiar a Rússia, do seu aliado Vladimir Putin, e respondeu que não, a não ser em uma situação.
Segundo o mandatário, “se houve uma agressão ucraniana contra Belarus, a resposta será feroz. Basta aparecer um soldado ucraniano tentando matar o meu povo e a guerra passará a ter um caráter totalmente diferente para nós”.
Lukashenko disse que seu país não pretende se envolver caso não seja atacado, mas deixou claro sua posição fortemente crítica ao governo de Kiev.
“As próprias autoridades ucranianas provocaram este cenário [atual de guerra]. Houve esforços de outros países da região, incluindo o nosso governo, para estabelecer um pacto que evitaria esta guerra, e [os ucranianos] se negaram”, alegou o mandatário.
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Lukashenko criticou as recentes declarações de líderes europeus sobre os Acordos de Minsk
O presidente bielorrusso lembrou que ele foi um dos moderadores dos Acordos de Minsk, assinados em 2017, pelo qual se criavam regras sobre a autonomia da região do Donbas, de forma a impedir a escalada no conflito.
Também acrescentou que esses mesmos acordos foram citados recentemente por outros dos moderadores do acordo, as ex-chanceler alemã Angela Merkel e o ex-presidente francês François Hollande, ambos confessando que aquela negociação foi apenas uma estratégia usada para dar tempo para que a Ucrânia se armasse e pudesse confrontar a Rússia de melhor forma.
“Essas declarações mesquinhas e repugnantes estão fazendo os europeus mudarem sua percepção sobre quem são os verdadeiros vilões neste caso”, opinou Lukashenko.