Pelo segundo domingo seguido, milhares de manifestantes voltaram às ruas de Minsk, capital de Belarus, hoje (23/08), para realizar um novo protesto contra a reeleição do presidente Alexander Lukashenko.
Agitando bandeiras vermelhas e brancas, as cores da oposição, a multidão se reuniu na Praça da Independência e nas ruas próximas. Segundo as contagens feitas pela mídia e contas do Telegram ligadas à oposição, mais de 100 mil pessoas participam do ato.
Os últimos protestos foram recebidos com uma repressão policial, que deixou pelo menos quatro pessoas mortas. Manifestantes ainda disseram que foram torturados nas prisões.
Lukashenko saiu vitorioso das eleições de 9 de agosto, com 80% dos votos. No entanto, a oposição e inúmeras cidades do país têm protestado contra o resultado. O líder bielorrusso diz que os atos são motivados por agentes externos ao país e colocou o exército para fazer exercícios militares na fronteira.
Rússia
O presidente de Belarus conta com o apoio da Rússia. O chanceler russo Sergei Lavrov comparou as manifestações à pressão da oposição da Venezuela para a saída de Nicolás Maduro. “Isto é praticamente o mesmo que na Venezuela, quando um presidente legítimo é declarado proscrito”, disse.
Lavrov pediu a outros países que se abstenham de intervir em Belarus. “Nossa abordagem é muito simples: é um assunto interno de Belarus. Os próprios bielorrussos são bastante capazes, sendo um povo sábio, de lidar com esta situação. O principal é não provocar distúrbios desde o exterior.”
Além disso, Lavrov disse que o governo bielorrusso ofereceu à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa instrumentos para monitorar independentemente as eleições, mas que foram recusados de forma “arrogante”. “Eles foram convidados, deviam ter vindo, não havia limites para o número de observadores, podiam até enviar para cada seção [de voto], [mas] recusaram”, afirmou.
(*) Com Ansa e Sputnik