O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, prometeu para antes de setembro um pacto com os setores sociais do país com o objetivo de recuperar a economia italiana após sair de um encontro com representantes da sociedade civil.
Ele se reuniu nesta quarta-feira (04/08) com membros de federações empresariais e sindicatos do país. Eles apresentaram um documento com seis pontos de reivindicações frente ao plano de austeridade aprovado pelo Parlamento italiano que prevê cortes de 43 bilhões de euros (93,3 bilhões de reais) nos gastos públicos.
Em coletiva de imprensa no Palácio Chigi, sede do Executivo italiano, Berlusconi afirmou que a reunião teve uma “discussão profunda, responsável e ditada pelo objetivo de chegar a um pacto de estabilidade, crescimento e coesão social até setembro”.
Leia mais:
Berlusconi afirma que não tentará se reeleger em 2013
Berlusconi diz que continua até o fim do mandato e pede apoio da oposição
Governo de Berlusconi conquista voto de confiança na Câmara
Ruby, pivô de um dos escândalos de Berlusconi, anuncia estar grávida
Os representantes civis exigiram do governo, segundo o documento, equilíbrio orçamentário, corte de custos da política, incentivo a investimentos, liberalização e privatizações, além de enxugamento do Estado e da administração pública.
Dentre os seis pontos, o único que não foi unânime foi o da privatização, que contou com a reprovação da Confederação Geral Italiana do Trabalho. Também estiveram presentes no encontro representantes da Confederação Geral da Indústria Italiana e da Confederação Italiana Sindicatos dos Trabalhadores.
O premiê, por sua vez, atestou que “o momento é grave e será enfrentado com máxima determinação e sem desculpas ou escapatórias”.
Ele defendeu uma “mudança na arquitetura institucional do Estado para agenciar o crescimento e acelerar os procedimentos” e expressou que “só a participação de todos os atores econômicos e sociais” pode favorecer uma saída para a crise.
“As causas da crise não são endógenas, e sim planetárias e globais, provêem de fora da Europa” e sobre ela “os Estados da União Europeia não têm a possibilidade de dar respostas imediatas”, justificou o chefe de governo italiano, em resposta às críticas do mercado financeiro de que os governos europeus estão demorando em dar respostas à crise.
Ele ainda criticou a imprensa, que destacou a queda das ações após seu pronunciamento em audiência no Parlamento feito ontem. Para o premiê, “só os órgãos de informação viram um vínculo entre minha intervenção” e “a evolução dos mercados, que reagem por seus motivos próprios, distantes da política”, pontuou.
O chefe do Conselho de Ministros insistiu que seu discurso ontem foi dirigido não para as bolsas de valores, mas sim para os cidadãos, aconselhando-os a comprar títulos públicos da dívida italiana e não os vender.
Atualmente a dívida italiana equivale a 120% do PIB italiano e, até antes da aprovação dos cortes orçamentários, acreditava-se na possibilidade da Itália não conseguir pagar seus débitos.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL