Uma campanha do movimento Estados Unidos pelo direito palestino está utilizando os cortes orçamentários do governo Joe Biden para questionar a ajuda norte-americana ao Estado de Israel.
Cartazes com o nome e logo da Biblioteca Pública de Nova Iorque (NYPL) informam que o edifício cultural do Bronx, em Manhattan, e todas as demais bibliotecas públicas da cidade não funcionarão mais aos domingos devido à falta de verba do governo norte-americano, que cortou U$36,2 milhões do orçamento. A falta de repasse atingiu o funcionamento dos locais, além de prejudicar também gastos com materiais de biblioteca, programações e manutenção dos prédios.
A campanha traz um questionamento: Nova Iorque enviou, em contribuições fiscais de impostos, quase U$120 milhões ao governo. Esse dinheiro foi para “Israel cometer um genocídio” na Palestina?
Many people are asking about this. pic.twitter.com/bysl6oPnjL
— Read Let This Radicalize You (@JoshuaPHilll) January 16, 2024
Além de questionar o corte federal, o movimento busca abrir o diálogo com a população sobre a guerra de Israel contra Gaza. A partir de um link que é exposto nos cartazes, é possível conhecer as atividades da organização de direitos humanos Vozes Judaicas pela Paz, acessar um calendário de ações pela resistência palestina em 2024, além de saber os repasses dos Estados Unidos a Tel Aviv.
Twitter/Biblioteca Pública de Nova Iorque (NYPL)
Antes do corte de orçamentos, as bibliotecas públicas de Nova Iorque funcionavam todos os dias da semana
Segundo o movimento, todos os anos o governo norte-americano “emite a Israel um cheque em branco de pelo menos U$3,8 bilhões de dólares para financiar a violência de Israel contra a Palestina”.
No final de dezembro de 2023, a administração de Biden contornou o Congresso, órgão que tem questionado a validade dos repasses para Israel, para uma venda de quase U$150 milhões em equipamento militar pela segunda vez naquele mês.
Desde o início do conflito, os Estados Unidos têm dedicado apoio total a Israel e suas versões sobre os ataques na guerra, como no caso da explosão do hospital Al-Ahli Arabi Baptist, que vitimou 500 pessoas. Após o ocorrido, Biden ainda visitou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e prometeu o envio de mais ajuda militar ao país.