O empresário Bill Gates, cofundador da Microsoft, afirmou nesta terça-feira (23/02) ser favorável ao desbloqueio do celular da Apple que pertencia a Syed Rizwan Farook, um dos supostos atiradores na cidade de San Bernardino (Califórnia), em dezembro do ano passado. O FBI entrou na Justiça para que a Apple desbloqueasse o celular do atirador, o que a empresa se nega a fazer.
Red Maxwell/Flickr
Bill Gates falou que o caso poderá motivar um debate público entre privacidade da tecnologia e a possibilidade de acesso do governo
“Não é diferente do que qualquer pessoa pedir informação à companhia telefônica ou solicitar acesso a registros bancários. Digamos que o banco amarrou uma fita ao redor de um arquivo e disse, ‘Não me faça cortar essa fita porque você me fará cortá-la muitas vezes’”, disse Gates.
“Esse é um caso específico em que o governo está solicitando acesso a informação. Não estão pedindo algo genérico, estão pedindo em um caso particular”. O ataque em San Bernardino, supostamente perpetrado pelo casal Syed Rizwan Farook e Tashfeen Malik e que deixou 14 mortos, está sendo investigado pelo FBI como um ato de terrorismo.
NULL
NULL
O FBI pediu que a Apple reformule o software do iPhone utilizado por Farook para que os investigadores consigam acertar a senha de acesso do celular, sem o risco de ativar o dispositivo automático que apaga os dados do aparelho. A Apple nega a solicitação do FBI por afirmar que o governo norte-americano teria acesso, pela “porta dos fundos”, à tecnologia de encriptação da empresa. O CEO (presidente-executivo) da Apple, Tim Cook, afirmou que a medida iria “enfraquecer as liberdades que nosso governo deve proteger”.
Com sua fala, Gates se mostrou do lado contrário a nomes como Edward Snowden, Sundar Pichai, CEO do Google, e Mark Zuckerberg, fundador do Facebook.
“Não acredito que construir portas dos fundos para a encriptação será um modo eficaz de aumentar a segurança, nem que seja a coisa certa a se fazer pela direção que o mundo está tomando”, declarou Zuckerberg nesta segunda-feira (22/02), em uma conferência de tecnologia em Barcelona.