A presidente da Fundação Latino-Americana pelos Direitos Humanos e o Desenvolvimento Social (Fundalatin), Maria Eugenia Russián, disse nesta sexta-feira (20/12) que o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos sobre a Venezuela pode colocar em risco a vida de crianças com câncer no país.

Durante o discurso feito pela Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, sobre a Venezuela, em Genebra, a representante da fundação reiterou a preocupação pelas crianças com leucemia que não puderam receber seus transplantes de medula óssea, já que os bancos se negam a realizar transferências necessárias para o pagamento destes tratamentos por temor de serem sancionados pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. 

“Nas últimas semanas, documentamos 12 novos casos de crianças que necessitam transplantes para pode viver. Deyverson é um deles, tem apenas 16 anos e tem leucemia linfoblástica aguda. Os médicos dizem que ele tem que receber um transplante de medula urgente. A vida destes pacientes está em risco”, disse Russián. 

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A chefe da fundação também mencionou que, dos 39 casos apresentados pela entidade sobre crianças com necessidades de transplantes, “15 estão em uma situação crítica”.

Estes pacientes eram atendidos através de programas de assistência médica executada pela Pdvsa-Citgo, a estatal petroleira da Venezuela e sua filial norte-americana, que garantia todos os recurso para o pagamento de transplantas, exames especializados e doação de medicamentos para garantir a vida destas crianças.

Russián pediu que o plano de trabalho entre o Alto Comissariado e o governo venezuelano enfatize a assistência para a elaboração do Segundo Plano de Direitos Humanos na Venezuela, assim como o fortalecimento dos centros de detenção preventiva, que são temas desenvolvidos pela organização.

No entanto, a presidente da Fundalatin afirmou que “o trabalho da equipe do Alto Comissariado deve ser imparcial, objetivo e livre de qualquer politização que dificulte todo o esforço”. 

*Com AVN