Autoridades bolivianas confirmaram nesta quarta-feira (04/09) que irão se reunir com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com o representante da Advocacia-Geral da União (AGU), Luis Inácio Adams, na próxima sexta-feira, em Brasília, para tratar do caso do senador Roger Pinto.
A reunião será realizada durante a tarde no Ministério da Justiça do Brasil, afirmou em entrevista coletiva o ministro boliviano de Governo, Carlos Romero.
A delegação da Bolívia será formada por Romero e pelas ministras de Justiça, Cecilia Ayllón, e de Transparência e Luta Contra a Corrupção, Nardy Suxo, além do procurador-geral do Estado interino, Roberto Ramírez.
“Vamos realizar uma reunião de caráter jurídico para discutir informações documentadas sobre a situação do senador Roger Pinto”, afirmou Romero.
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O ministro boliviano explicou que serão apresentados a Cardozo e a Adams informações que mostram “os antecedentes judiciais” do caso do senador para esclarecer porque não se trata de um “perseguido político”, como o próprio garante.
Roger Pinto foi amparado pela embaixada do Brasil em La Paz no dia 28 de maio de 2012, e ficou lá até 23 de agosto, quando deixou a Bolívia sem o salvo-conduto necessário por parte do governo de Evo Morales, e com ajuda de funcionários da delegação brasileira.
O fato provocou uma crise diplomática entre ambos os países, embora Morales já tenha dado por superado esse conflito após reunir-se com a presidente Dilma Rousseff na semana passada.
O senador Roger Pinto garantiu ser um perseguido político por ter denunciado supostos vínculos de funcionários públicos bolivianos com o narcotráfico, mas o Executivo de seu país rejeita essa versão e argumenta que ele possui contas pendentes com a Justiça por corrupção.
Romero ratificou hoje que Pinto violou leis nacionais ao abandonar a Bolívia apesar de ter quatro proibições judiciais que o impediam fazê-lo, e também o acusou por transgredir a legislação internacional ao ir para o Brasil sem um salvo-conduto.
O senador, que nega as acusações de Morales, solicitou oficialmente asilo às autoridades do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e também cogita a possibilidade de fazer o mesmo pedido a outros países.