O presidente do Chile, Gabriel Boric, declarou que a América Latina tem de “reagir em conjunto” para impedir uma eventual tentativa de golpe de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de outubro no Brasil.
“Se houver uma tentativa tal como aconteceu, por exemplo, na Bolívia, onde se denunciou uma fraude que não existia e que terminou validando um golpe de Estado, a América Latina terá de reagir em conjunto para impedi-lo”, disse Boric.
A afirmação foi feita em entrevista à revista norte-americana Time, publicada nesta quarta-feira (31/08), após ser questionado sobre o que faria para apoiar a democracia brasileira caso Bolsonaro não aceite o resultado do pleito.
Boric ainda elogiou o documento “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, assinado por mais de um milhão de pessoas em defesa da democracia no Brasil e em resposta aos ataques e ameaças de Bolsonaro, afirmando que o ato foi “encorajador e poderoso da sociedade civil brasileira”.
Twitter/Gabriel Boric
No último domingo (28/08), em debate presidencial, Boric foi criticado pelo presidente brasileiro
No último domingo (28/08), em debate presidencial, Boric foi criticado pelo presidente brasileiro. Na ocasião, Bolsonaro acusou seu homólogo chileno de ter “tocado fogo em metrôs” durante protestos em seu país em 2019. As declarações foram consideradas como “inaceitáveis” por Santiago, que convocou o embaixador brasileiro no Chile para uma consulta.
“Convocamos o embaixador brasileiro em nome do secretário-geral de política externa e lhe enviaremos uma nota de protesto. A desinformação e as notícias falsas corroem a democracia, mas também neste caso corroem a relação bilateral. Estamos absolutamente convencidos de que esta não é a forma de fazer política, porque se tratam de dois chefes de Estado democraticamente eleitos, onde existe uma relação de respeito para além das diferenças ideológicas”, afirmou a nota chilena.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato