O Brasil assumiu nesta quinta-feira (08/07) a presidência rotativa do Mercosul e Jair Bolsonaro fez um discurso crítico à liderança anterior, do argentino, Alberto Fernández. Além disso, o mandatário mentiu ao dizer que o país já retomou as atividades de maneira “plena” após a pandemia de covid-19.
“O semestre que se encerrou deixou de corresponder às expectativas e necessidades de modernização do Mercosul. Devíamos ter apresentado resultados concretos nos dois temas que mais mobilizaram nossos esforços recentes: a revisão da tarifa externa comum e a adoção de flexibilidades para as negociações de acordos comerciais com parceiros externos”, disse criticando o argentino.
Bolsonaro ainda afirmou que seu governo tem “sede por resultados” e que “precisamos lançar novas negociações e concluirmos os acordos comerciais pendentes, ao mesmo tempo em que trabalhamos para reduzir tarifas e eliminar outros entraves ao fluxo comercial entre nós e com o mundo em geral”.
“A persistência de impasses, o uso da regra do consenso como instrumento do veto e o apego a visões arcaicas de viés defensivo terão um único efeito de consolidar sentimento de ceticismo e dúvida quanto ao verdadeiro potencial dinamizador do Mercosul”, acrescentou.
Planalto
Videoconferência da LVIII Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados
Sobre a pandemia de covid-19, Bolsonaro mentiu em seu discurso sobre a atual situação da crise sanitária.
“Meu governo está empenhado em garantir rápida e plena recuperação da economia neste momento de intensificação da imunização em massa. Os brasileiros voltam a estudar e trabalhar em plena segurança. A viver, enfim, em condições de plena normalidade”, afirmou aos presidentes da Argentina, Paraguai e Uruguai.
No entanto, muitas cidades brasileiras ainda não conseguiram retomar as aulas de maneira integral, além dos constantes problemas de falta de vacinas, que atrapalham o avanço da campanha de imunização.
Além disso, conforme os dados do último boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o país tem uma média de 1.594 óbitos por dia, uma das mais altas do mundo, e de 50,2 mil casos diários – também entre os mais elevados.