A visita oficial à Bolívia de Marco Aurélio Garcia, assessor de Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que terminou nessa quarta-feira (07/04), marcou o início do diálogo entre os dois países para iniciar projetos em oito novas áreas, além da venda de gás natural.
Garcia chegou a La Paz na terça-feira (06/04), acompanhado por oito funcionários do governo e representantes de sete empresas brasileiras públicas e privadas, para avaliar com as autoridades bolivianas os projetos viários, agrícolas e energéticos que se desenvolvem no país e para propor novas áreas de ação.
Martin Alipaz/Efe (07/04/2010)
Marco Aurélio Garcia se reuniu com o presidente boliviano, Evo Morales, em La Paz
Após o fim das reuniões, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, informou à imprensa que a análise dos programas em execução “é positiva”, o que permitiu aos países abordarem os novos temas em diferentes áreas.
Uma das principais propostas formuladas pelo representante do Brasil foi a intenção do país de participar do projeto para o exploração das salmouras do salar de Uyuni (sudoeste boliviano), onde atualmente o Executivo boliviano monta uma planta de fabricação de carbonato de lítio.
Além disso, o presidente boliviano, Evo Morales, propôs a instalação de um trem elétrico que conecte a fronteira boliviano-brasileira com a do Chile, para que os países possam exportar pelo Pacífico ao mercado asiático.
Na mesma linha, Bolívia e Brasil trocaram ideias sobre a proposta boliviana de construir uma rota “transoceânica”, que atravesse o país de leste a oeste. García Linera lembrou que em breve será iniciada a construção de uma nova estrada entre La Paz e a região andina de Oruro (oeste) com essas características.
Por outro lado, a Embraer ofereceu ao governo Morales o fornecimento de aviões para potenciar a frota da companhia aérea estatal BoA (Boliviana de Aviação).
Outro assunto abordado se refere à construção de plantas hidroelétricas na Bolívia, que permitam gerar energia suficiente para abastecer o mercado interno e exportar ao Brasil.
A Braskem e a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) retomaram a proposta da brasileira para a instalação de um complexo gás-químico na localidade boliviana fronteiriça de Puerto Suárez.
Também na área de hidrocarbonetos, a YPFB e a Petrobras conversaram sobre a possibilidade de aumentar a atividade exploratória da companhia brasileira em território boliviano.
Por fim, a Bolívia informou ao Brasil seu interesse no desenvolvimento de um mecanismo de controle aéreo para a luta contra o narcotráfico, em particular nas zonas de fronteira.
García Linera assinalou que estas propostas serão submetidas a avaliações dos dois Governos e, em alguns casos, serão necessárias novas reuniões de equipes técnicas.
Marco Aurélio Garcia assegurou que os membros da delegação brasileira retornam ao país “muito otimistas” pelos resultados alcançados.
O assessor expressou satisfação porque a relação bilateral com a Bolívia ganhou “um ritmo mais acelerado” após os encontros desta quarta, e ratificou a disposição do Brasil em cooperar na industrialização dos recursos naturais bolivianos.
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