Terminou sem resultados concretos o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, do Paraguai, para a análise de um acordo sobre a usina hidrelétrica de Itaipu, entre outros assuntos bilaterais. Em entrevista coletiva hoje (8) na Base Aérea de Brasília, Lula afirmou que o colega paraguaio deseja aprofundar as discussões. “O Lugo não quis assinar nada por enquanto, porque quer continuar discutindo alguns pontos”.
Os presidentes afirmaram que darão seguimento às conversas pouco antes da próxima reunião do Mercosul, que acontecerá entre os dias 10 e 15 de junho no Paraguai. “Lá deveremos chegar a uma conclusão sobre Itaipu”, disse Lula.
(Leia reportagem completa sobre o assunto em breve)
A revisão do Tratado de Itaipu é questão de honra para o presidente Fernando Lugo e uma de suas principais bandeiras durante a campanha presidencial. O governo paraguaio quer mudanças no acordo e uma das reivindicações é de que o Brasil pague mais pela energia que compra do país vizinho.
Além disso, o Paraguai também quer o direito de vender livremente, a preço de mercado, a energia a que tem direito. O Brasil consome cerca de 95% da energia produzida por Itaipu, que corresponde a 20% da energia consumida no país. Já o Paraguai usa apenas 5%, que correspondem a 90% de suas necessidades.
Os dois países têm direito a 50% da energia produzida em Itaipu, mas como o Brasil financiou quase toda a construção da usina, obteve algumas preferências, como o direito de comprar, a preço de custo, a energia excedente – no caso, os 45% não usados pelo Paraguai. O tratado foi assinado em 1973 e, em tese, só poderá ser revisado em 2023, após 50 anos de vigência.
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