O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira (05/09),
que o Brasil começará a reduzir gradualmente o envio de soldados ao Haiti.
Segundo ele, a estratégia regional para a retirada das tropas militares do país
caribenho será o principal assunto da reunião da Unasul no Uruguai, que será
realizada na próxima quinta-feira (08/09).
Em entrevista aos correspondentes brasileiros em Buenos Aires, Amorim
afirmou que ainda não há um cronograma para a retirada definitiva das tropas
brasileiras do país, mas que haverá uma “pequena diminuição” no próximo envio
de soldados brasileiros ao país. “Muitas das incertezas sobre paz e segurança
foram superadas e o país teve sua segunda eleição democrática. Não podemos
esperar uma situação perfeita, senão ficaremos lá para sempre”, afirmou.
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Segundo ele, a decisão que será tomada em conjunto com a presidente
Dilma Rousseff e o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, além de
coordenada com o governo haitiano e com a ONU. “É natural que haja uma redução,
mas deve ser organizada. Devemos ter uma atitude responsável em relação ao
Haiti e em relação a nós mesmos, até porque sacrificamos vidas nesta operação e
isso deve ser respeitado”, ponderou.
Amorim afirmou também desconhecer as denúncias de que militares
uruguaios da Missão das Nações Unidas no Haiti (Minustah) abusaram sexualmente
de civis haitianos: “Não conheço este caso em particular, mas situações deste
tipo são lamentáveis. Infelizmente elas ocorrem e não será a primeira missão de
paz em que isso acontece. Mas não se pode contaminar toda a atuação das tropas
por um episódio específico”, disse.
Em rápida visita à Argentina, Amorim se reuniu com seu par argentino, Arturo
Puricelli, para discutir a agenda de cooperação bilateral para a defesa de
ambos os países. Entre os assuntos discutidos na reunião, além da presença no
Haiti, o ministro brasileiro enfatizou a cooperação nas áreas industriais e
tecnológicas, o fortalecimento de programas conjuntos de treinamento e apoio
logístico militar, e “o interesse em fazer do Atlântico Sul uma zona de paz,
livre de armas nucleares”.
Desde 2004, a Minustah atua no Haiti com autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O trabalho da missão, que tem a liderança do Brasil, é colaborar para a reconstrução política, econômica e social do país, além da organização de infraestrutura.
Integram a missão militares de 21 países de todos os continentes, incluindo a Ásia e a África. A concentração da Minustah é na capital, Porto Príncipe, onde vive a maioria da população do Haiti. Há, ainda, integrantes civis e policiais de vários países.
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