A secretária de Comércio dos Estados Unidos, Penny Pritzker, declarou nesta terça-feira (03/05) que os efeitos da atual situação política no Brasil e do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff deverão demorar a passar.
“O Brasil é um país enorme e extremamente importante para a região. Nossa esperança é que possam superar isso, mas parece que vai levar tempo. Não parece que [o Brasil] vai virar a página rapidamente”, declarou Pritzker durante a 46ª Conferência sobre as Américas, evento que ocorre na sede do Departamento de Estado, em Washington.
Reprodução/Twitter Alana Tummimo
46ª Conferência sobre as Américas ocorre na capital norte-americana
O governo dos Estados Unidos se manifestou pouco sobre o processo de impeachment no Brasil e a fala da secretária de Comércio foi uma das declarações mais diretas a respeito do assunto. “Nós estamos vendo as implicações que a corrupção pode ter em um país, e tão rapidamente, de forma desestabilizadora”, disse. Ela se referiu à situação política no Brasil como “muito, muito desafiadora”.
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Por outro lado, Pritzker elogiou o presidente da Argentina, Mauricio Macri, cujas políticas liberais marcaram os quase cinco meses de governo que sucedeu Cristina Kirchner. No fim de março, o presidente dos EUA, Barack Obama, realizou uma viagem oficial à Argentina, incluindo o dia que marcou 40 anos do golpe militar no país, o que foi alvo de críticas de organizações da sociedade civil.
“A Argentina tem o potencial de desempenhar um papel de liderança” no continente por conta dos problemas na política e na economia do Brasil, afirmou Pritzker. Segundo ela, as mudanças na economia do país têm sido “extraordinárias”.
A secretária afirmou ainda que a América do Sul se divide entre os países que adotam uma política liberal, de “abertura ao comércio”, e os que priorizam os parceiros continentais. Quanto aos últimos, Pritzker citou países do Mercosul (Mercado Comum do Sul) e disse que eles que adotam uma postura “fechada e protecionista”.