O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, rechaçou os ataques da Força Aérea de Israel contra a Faixa de Gaza, que provocou a morte de ao menos 13 cidadãos palestinos, incluindo crianças.
A nota, divulgada nesta terça-feira (09/05), afirma que a gestão Lula tomou conhecimento do episódio com “consternação”, defendendo não haver “justificativa para o recurso à violência”. “O governo brasileiro apela às partes que se abstenham de ações que levem a uma escalada de tensão”, declarou o Itamaraty.
Na madrugada de terça, mais de 40 aviões israelenses realizaram bombardeios por quase duas horas na região. Segundo o governo de Benjamin Netanyahu, a operação tinha como alvo três membros da Jihad Islâmica, alegando que a organização seria a responsável por recentes foguetes disparados contra o território de Israel.
No entanto, a emissora Al Jazeera destacou que os locais alvos das explosões eram residências de famílias dos líderes da Jihad Islâmica. A organização palestina afirmou que três comandantes foram mortos durante os ataques: Jihad al-Ghannam, Khalil al-Bahtini e Tariq Izz al-Deen. Além deles seus familiares, incluindo os filhos.
Ainda em nota, o governo do Brasil lamentou que neste ano, que registra o 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, “já se tenham registrado as mortes de mais de 100 palestinos e mais de 15 israelenses em conflito”.
Israel Defense Forces/ Flickr
Na terça-feira, mais de 40 aviões israelenses realizaram bombardeios por quase duas horas na região
Por conta disso, o Ministério das Relações Exteriores defende a solução de dois Estados, declarando que, assim, “Palestina e Israel possam conviver em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”.
“A mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz”, concluiu a nota.
Mais vítimas
De acordo com autoridades palestinas, mais vitimas foram registradas durante os ataques desta terça, que seguiram na madrugada de quarta-feira (10/05). Número subiu para 20, enquanto 42 pessoas ficaram feridas.
Foguetes de Gaza foram disparados contra Israel após os bombardeios israelenses. Divulgado pela agência de notícias palestina Maan, um dos porta-vozes do Hamas, Abdel Latif Al-Qanou, disse que a retaliação faz parte da “resistência unificada”.
Segundo ele, os foguetes são uma resposta ao “massacre cometido pela ocupação sionista e no âmbito de autodefesa”.