A Promotoria de Zurique confirmou hoje (16) que a advogada brasileira Paula Oliveira, que no começo do ano alegou ter sido atacada por neonazistas na Suíça e depois confessou ter mentido, irá a julgamento sob a acusação de ter induzido a Justiça do país a erro. A data do julgamento ainda será marcada.
O Ministério Público suíço solicita a condenação de Paula, mas pretende conceder liberdade sob fiança. O órgão também planeja obrigar Paula a arcar com os custos do processo.
Paula, de 26 anos, disse ter sido atacada na noite do dia 8 de fevereiro, às 19h30 no horário local, quando saía de uma estação de trem em Dübendorf, cidade onde vive, nos arredores de Zurique.
Paula alegou que estava falando pelo celular com a mãe, em português, quando foi abordada por rapazes que a teriam levado para um local deserto, agredido e cortado sua pele com estiletes e outros objetos.
Paula, que dizia estar grávida de gêmeos, afirmou ter sofrido um aborto em decorrência do ataque. Mais tarde, exames médicos comprovaram que a gravidez nunca existiu.
Em algumas partes do corpo de Paula, podia ser vista a sigla SVP, do partido Schweirische Volkspartei (Partido do Povo da Suíça, ou Centro da União Democrática, como é conhecido em francês). A legenda, que é assumidamente xenófoba e contra os imigrantes, integra a coalizão governista e vem ganhando espaço no espectro político do país. Nas últimas eleições, obteve 30% dos votos.
O caso teve um grande apelo internacional e causou, inclusive, um mal estar entre a diplomacia de Suíça e Brasil.
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