Para garantir a presença de Vladimir Putin na próxima cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Ministério das Relações Exteriores sul-africano emitiu um comunicado concedendo imunidade diplomática ao presidente russo e aos demais líderes participantes da reunião.
Segundo o jornal britânico The Guardian, a chancelaria do país africano afirmou que a concessão de imunidade é um “padrão feito em todas as cúpulas e conferências”, sendo um mecanismo para o evento em si, e “não para indivíduos específicos”.
Como Estado-membro do Tribunal Penal Internacional, a África do Sul é obrigada a cooperar com a detenção do presidente Putin, já que o órgão emitiu um mandado, em março, de prisão contra o russo alegando supostos crimes de guerra relacionados ao conflito na Ucrânia.
À época, a chancelaria russa criticou a decisão do TPI, dizendo que o mandado “não têm nenhum significado para o nosso país, nem mesmo do ponto de vista jurídico”. “A Rússia não coopera com este órgão e quaisquer ordens de prisão do TPI não têm base legal para nós”, declarou Moscou.
Com a imunidade, Putin pode comparecer à cúpula e não temer que o país aja com base no mandado internacional.
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Encontro de chanceleres servirá para ‘promover um novo multilateralismo’
O anúncio da chancelaria sul-africana está ligado ao papel estratégico político e econômico que Moscou tem em alguns países da África, mas também às razões históricas, como o apoio russo aos movimentos anticoloniais e de libertação do século XX.
Apesar dos esforços, o governo russo ainda não declarou presença ou ausência na cúpula em agosto. Ainda segundo o Guardian, o Kremlin afirmou na última terça-feira (30/05) que participaria da reunião em “nível adequado”.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, está confirmado para a reunião de planejamento que acontece nesta quinta-feira (01/06) na Cidade do Cabo, capital da África do Sul. O encontro será entre os chanceleres dos países que compõem o bloco para analisar os acontecimentos globais e se preparar para a cúpula dos líderes do bloco econômico que será realizada em agosto.
A chefe de Relações Internacionais e Cooperação sul-africana, Naledi Pandor, comentou que o encontro servirá também para “promover um novo multilateralismo”. Com a declaração de Pandor, a expectativa é que a expansão do grupo econômico seja analisada, considerando as candidaturas de Cuba e Venezuela.
A próxima cúpula de chefes de Estado e de governo do Brics acontecerá na cidade sul-africana de Joanesburgo, de 22 a 24 de agosto.
(*) Com TeleSUR.