O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, defendeu hoje (5) a participação do Reino Unido na invasão ao Iraque em 2003. Em depoimento à comissão pública que investiga a ação britânica no Oriente Médio, Brown disse que a guerra foi uma decisão “correta pelos motivos corretos”.
“Eu recebi informações dos serviços de inteligência que me levaram a acreditar que o Iraque era uma ameaça com a qual precisávamos lidar por meio de ações da comunidade internacional”, respondeu ao ser perguntado sobre se considerava certa a decisão de atacar Saddam Hussein, segundo a BBC.
Felipe Trueba/Efe
Manifestantes fantasiados protestam no Centro Queen Elizabeth II, em Londres, onde Brown presta depoimento
Brown deve explicar publicamente o papel que desempenhou antes e durante a guerra, quando era ministro das Finanças do governo de Tony Blair, que por sua prestou depoimento à comissão de investigação em janeiro.
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Blair insiste que apoiou invasão do Iraque por achar que Saddam tinha armas de destruição em massa
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido admitiu que apoiou inteiramente a invasão do Iraque pois acreditava que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa. Segundo Blair, o líder iraquiano ignorou resoluções das Nações Unidas, mas a ação não pretendia uma “mudança de regime”. Ele insistiu que os atentados de 11 de Setembro de 2001 mudaram dramaticamente sua visão da ameaça representada por Saddam, executado em 2006.
Cortes no orçamento
Em uma entrevista ao jornal londrino The Times, o comandante das Forças Armadas na época da invasão, General Lord Guthrie, disse que os cortes no orçamento militar feitos por Brown nos tempos em que era ministro das Finanças custaram a vida de muitos soldados. A revelação revoltou familiares de soldados mortos.
“Não custear o Exército nos termos em que lhe foi pedido… sem dúvidas isso custou a vida de muitos soldados. Ele [Brown] deveria ser questionado sobre a razão pela qual foi tão pouco solícito à defesa enquanto atendeu tão bem a outros departamentos”, disse Lord Guthrie.
Hoje, Brown afirmou que não poupou gastos e lembrou que em junho de 2002 teve conversas com o então ministro da Defesa, Geoff Hoon, para tratar dos preparativos de uma possível intervenção militar.
Comuniquei ao primeiro-ministro que não haveria restrições econômicas para as Forças Armadas (…) Disse que não descartaria uma estratégia militar por causa de custos”, disse Brown, acrescentando que “algumas opções militares” eram “mais caras que outras”.
Além do primeiro-ministro, também serão interrogados o ministro do
Desenvolvimento Internacional, Douglas Alexander, no mesmo dia 5, e o
ministro das Relações Exteriores, David Miliband, no dia 8 de março.
Ambos ocupavam postos menores em 2003.
Atualizada às 12h10
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