Para evitar um colapso na distribuição de energia elétrica na Argentina, as empresas do setor realizaram cortes programados, afetando 80 mil consumidores em Buenos Aires. Em determinados momentos da última terça-feira (17/12), os moradores da capital argentina ficaram sem luz.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (18/12) pelo chefe de gabinete da Presidência da Argentina, Jorge Capitanich. Ele não descarta a possibilidade de que a queda de energia volte a acontecer, caso o calor persista. A onda de calor em Buenos Aires, com temperaturas superiores a 32 ºC, levou milhares de usuários a ligar ventiladores e aparelhos de ar condicionado, pressionando fortemente a capacidade energética de Buenos Aires.
Desde 2011, a Argentina tem um déficit em sua balança energética. Por falta de investimentos e também pelo aumento da demanda — em um país cuja economia cresce há uma década — a Argentina tem de importar gás e combustível. No ano passado, gastou nessas importações US$ 9,2 bilhões, quase a totalidade do seu superávit na balança comercial, que foi de US$ 11 bilhões.
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Há 25 anos, no governo de Raul Alfonsín, a Argentina viveu uma crise energética semelhante. No verão de 1988, o primeiro presidente eleito após a ditadura (1976-1983) decretou emergência energética e implementou um sistema de “cortes rotativos” de eletricidade, em casas e empresas. Uma tabela estipulava que bairros ficariam sem luz, durante determinados horários e dias.
O chefe de gabinete pediu aos argentinos que não gastem eletricidade sem necessidade e que deixem os aparelhos de ar condicionado funcionando a temperaturas de 24 ºC — e não menos que isso — para evitar problemas.