A Câmara de Representantes (Deputados) dos Estados Unidos aprovou na noite deste sábado pela primeira vez na história do país um projeto de lei que pretende estabelecer um sistema de saúde quase universal. O presidente Barack Obama definiu a votação como “histórica” e disse que estava confiante de que iria assinar a ambiciosa reforma em 2009.
“O Senado dos Estados Unidos deve acompanhar e aprovar a sua versão desta lei. Confio completamente que ele vai, e esperamos assinar o projeto de reforma global do seguro de saúde no final do ano”, disse Obama.
Fotos EFE
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, concede entrevista logo após a aprovação
da reforma, ao lado de senadores democratas
Apesar da grande maioria dos democratas na Câmara, o resultado foi muito apertado, já que o projeto recebeu 220 votos a favor, apenas dois mais que os necessários. O projeto é uma das prioridades do governo Obama, fato sonhado por seus antecessores democratas, mas nunca alcançado.
Votaram contra 176 republicanos – só um o apoiou -, assim como 39 democratas de orientação moderada, a maioria de distritos conservadores do sul do país.
O Senado agora terá que aprovar sua própria versão da reforma. Posteriormente, ambos os textos deverão ser harmonizados e as duas câmaras terão que se pronunciar sobre o documento final.
Proposta
A proposta, de quase 2 mil páginas, prevê estender a cobertura para 36 milhões de americanos sem seguro de saúde, dos mais de 46 milhões que careciam dele em 2008, segundo os últimos dados do Escritório do Censo. Isso significa que se o projeto for transformado em lei 96% dos norte-americanos terão cuidado médico assegurado, um número nunca atingido.
Os cidadãos seriam obrigados a pagar as mensalidades para seguradoras privadas ou a um plano público, com a ajuda de subsídios, sob pena de multas.
O plano proíbe também as seguradoras privadas se negarem a estender uma nova apólice a pessoas que sofrem de alguma doença.
O sistema traz um custo de 1,1 trilhão de dólares durante 10 anos, mas os democratas dizem que essa despesa será totalmente compensada com uma alta de impostos para os ricos, a redução de algumas isenções fiscais para grandes empresas e uma taxa sobre os aparelhos médicos.
Críticas
Obama foi ao Capitólio para se reunir com os democratas, aos quais lembrou que “uma oportunidade como esta talvez só aconteça uma vez a cada geração”, segundo declarou posteriormente.
Os republicanos reiteraram sua oposição ao projeto por causa de seu custo e porque representa uma ampliação do alcance da mão pública na economia.
Manifestantes contrários à reforma protestam do lado de fora do Congresso
O legislador Charles Boustany usou sua formação de cardiologista para dizer com autoridade que o projeto “representa a tomada de controle, equivocada e irresponsável, do cuidado médico por parte do govern
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