A Associação Camponesa do Catatumbo colombiano, em greve há mais de duas semanas, exigiu nesta segunda-feira (01/07) que o presidente Juan Manuel Santos ordene às forças militares que suspendam as ações ilegais contra os camponeses.
Em um comunicado, a organização denunciou a detenção ilegal de Libané Uribe, membro da equipe de apoio, que foi preso ontem por membros da força pública por supostamente portar uma granada e uma pistola. Neste momento, acrescenta o texto, não se sabe o paradeiro de Uribe, de 26 anos, reconhecido dirigente comunitário e ex-presidente da Junta de Ação Comunal de Las Palmas.
NULL
NULL
“Denunciamos este novo falso positivo judicial, baseado em uma montagem das forças militares e da polícia, dirigido contra a mobilização do Catatumbo e a Associação Camponesa”, sublinha o documento, difundido pela Agência de Prensa Rural. Estes fatos, apontaram os agricultores, “demonstram mais uma vez a falta de vontade política para solucionar os problemas do campesinato do Catatumbo”.
A Associação destacou que com Uribe são quatro camponeses processados durante a greve e mais de 200 presos por supostos delitos de rebelião.
Diálogo
Ontem, os agricultores em greve nessa região do Norte de Santander aceitaram o convite do presidente colombiano de dialogar amanhã, em Bogotá, para encontrar uma saída à crise que vivem e expressaram sua boa vontade de desbloquear uma estrada no município de Ocaña.
Como gesto de boa vontade, solicitaram ao governo que se comprometa a um acordo de subsídios para os habitantes dessa região, abandonada pelo Estado durante mais de sete décadas e que serviu por anos de território ao paramilitarismo. Os agricultores pedem a demarcação de uma Zona de Reserva, para evitar o avanço do latifúndio, e reivindicam a substituição gradual dos cultivos ilícitos mediante projetos sustentáveis.