A emissora estatal iraniana Press TV desmentiu a libertação de Sakineh Mohamadi Ashtiani, mulher condenada à morte por adultério e cumplicidade na morte do marido, anunciando que ela só foi tirada da prisão para fazer a reconstituição do crime para um programa de televisão.
Nesta quinta-feira (09/12), a presidente do Comitê Internacional Contra Execuções, Mina Ahadi, afirmou que a iraniana havia sido libertada, embora também não houvesse confirmações. Além de Sakineh, seu filho, Sajjad Ghaderzadeh, seu advogado, Javid Houtan Kian, e dois jornalistas teriam sido libertados.
As afirmações da ONG foram feitas com base em fotos da iraniana em liberdade divulgadas pela emissora. A Press TV, porém, desfez as expectativas sobre a libertação de Sakineh, afirmando que ela só foi levada à uma casa em Osku, no Azerbaijão, para gravar a reconstituição do crime para um programa a ser exibido às 15h35 (horário de Brasília) desta sexta-feira (10/12).
Leia mais:
ONG anuncia a libertação da iraniana Sakineh Ashtiani
Ahmadinejad diz que EUA não têm moral para criticar condenação de Sakineh
Filho de Sakineh pede interferência da Itália para salvar a mãe
Amorim deve apelar a Ahmadinejad pela libertação de norte-americanos presos no Irã
Norte-americana libertada pelo Irã agradece ao Brasil e pede mais ajuda
“A mulher acusada de assassinato e adultério acompanhou uma equipe da emissora à sua casa para relatar os detalhes do assassinato do seu marido no cenário do crime. Ao contrário do publicado amplamente pela imprensa internacional sobre a libertação de Sakineh, o certo é que uma equipe de produção em colaboração com a PressTV chegou a um acordo com a Justiça para recriar com ela a cena do crime”, informa uma nota publicada no site da emissora.
O canal assinala que a história completa será transmitida dentro do programa Irã Hoje, que veiculará testemunhos do filho e do advogado de Sakineh. Ainda na quinta, a televisão iraniana exibiu comerciais chamando para o programa, nos quais Sakineh admitia ter planejado a morte do marido.
Caso
Sakineh foi condenada em 2006 por manter relações com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Ela foi condenada a 99 chibatadas. Depois, esta pena foi convertida em morte por apedrejamento.
Em julho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tornou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional. Perseguido pelas autoridades iranianas, ele fugiu para a Turquia, de onde buscou asilo político na Noruega.
A sentença de apedrejamento foi suspensa, mas ainda pode ser retomada pela Justiça. Um tribunal de apelações acrescentou ao caso a acusação de conspiração para o assassinato do marido, da qual ela continua condenada a morte por enforcamento.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL