O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, foi reeleito no primeiro turno da principal disputa das eleições municipais na Rússia disputadas neste domingo (08/09). Ele obteve 51,37% dos votos, de acordo com as informações fornecidas pela comissão eleitoral. Oficialmente sem partido, Sobianin foi fortemente apoiado pelo presidente Vladimir Putin.
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O resultado na capital russa e mais populosa cidade do país era visto pelo partido governista (o Rússia Unida) como um termômetro para medir a satisfação da população moscovita com o governo. Os números, no entanto, foram longe de serem considerados satisfatórios, ficando aquém do esperado.
Agência Efe (08/09/13)
Alexei Navalny no momento da votação, no domingo: opositor contesta resultado
Seu principal adversário, Alexei Navalny, obteve 27,24% das preferências, sendo que todas as pesquisas de opinião não lhe davam mais do que 20%. Forte crítico do prefeito e do governo, Navalny não reconheceu a derrota e exige a realização do segundo turno. Para justificar seu pedido, ele citou suas próprias pesquisas de boca urna, que apontavam Sobianin com menos de 50% dos votos, e convocou uma manifestação na capital para a noite desta segunda-feira (09).
“Tenho certeza que Sobianin não chegou a 50%. Queremos segundo turno. Estamos preparados para que o Kremlin tome uma decisão política contrária a realização do pleito e utilize a falsificação em massa após o fechamento dos colégios eleitorais”, disse Navalny, do PRP-Parnas (Partido Republicano da Rússia – Partido Popular da Liberdade) à rádio Echo de Moscou, convocando uma concentração na capital na noite desta segunda-feira.
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O opositor denunciou que em hospitais, prisões e quartéis onde aconteciam votações praticamente não havia observadores, se mostrando convencido de que, se forem confirmadas irregularidades, os moscovitas irão para as ruas, em protesto contra a suposta fraude, como aconteceu nas eleições parlamentares de 2011.
Ivan Melnikov, do Partido Comunista, ficou em terceiro lugar, com 10,69 % dos votos. A taxa de participação popular foi baixa, de apenas 33,23%.
Já o discurso de Sobianin, diante de milhares de apoiadores reunidos no centro da capital russa, foi bem diferente: “Organizamos as eleições mais abertas e honestas da história de Moscou”. O político governista já exerce o cargo desde 2010, e antes já havia liderado a administração do Kremlin.
Apesar da falta de carisma de Sobianin, Putin defende a gestão do prefeito de origem siberiana, que substituiu três anos atrás Yuri Luzhkov, destituído após exercer o cargo durante 18 anos. “Grandes cidades como esta não precisam de políticos, mas de gente capaz e não politizada, que saiba trabalhar”, declarou Putin no domingo, pouco após depositar seu voto.
Navalny ainda tem seu futuro incerto. Sobre ele pesa uma condenação de prisão de cinco anos, mas ele se encontra em liberdade condicional desde julho. A campanha eleitoral do oposicionista, conhecido pela sua atuação como blogueiro anticorrupção, foi muito ativa.
Outro resultado ruim para o governo foi a derrota em Ekaterimburgo, quarta maior cidade do país, onde o opositor Yevgueni Roizman derrotou o governista Yakov Silin.