O filme “Sem Seu Sangue”, que faz parte da Quinzena dos Realizadores, fez sua estreia mundial nessa quinta-feira (23/05) no Festival de Cinema de Cannes. A projeção do primeiro longa da carioca Alice Furtado foi marcada por um ato em apoio às universidades públicas brasileiras.
Pouco antes da exibição, quando a diretora apresentava rapidamente o projeto, cinco pessoas se levantaram, mostrando cartazes com os dizeres “Viva a Universidade Federal Fluminense”, “Em Defesa do CAP/UFRJ, Pedro II e Institutos Federais” e “Apoio à universidade pública”. O ato, que contou com a participação de um dos produtores do filme, que estava no palco, foi muito aplaudido pela sala.
“Foi um apoio à universidade pública, porque a maior parte da equipe vem da Universidade Federal Fluminense”, explicou Alice Furtado em entrevista à RFI logo após o protesto. “Nesse momento difícil, com cortes de verbas e perca de autonomia, nós pensamos que o mínimo que poderíamos fazer para mostrar nosso reconhecimento por essa formação seria apoiá-los e dizer que a gente está com eles”, aponta a cineasta, que também estudou na UFF.
“Quando eu prestei vestibular, era a única universidade pública de cinema no Rio de Janeiro e foi a forma como foi possível para mim e para muitas outras pessoas entrar nesse meio”, se recorda.
História de amor e horror
“Sem Seu Sangue”, que ganhou o título internacional de “Sick Sick Sick”, conta a história de Sílvia, uma adolescente que perde o namorado subitamente. O filme, que estreou com sala cheia em Cannes, é uma mistura de gêneros, entre uma história de amor e horror.
“Para mim é algo muito lógico, pois desejo e medo andam muito juntos. É um sentimento alimentando o outro. Sempre achei que os filmes de horror têm uma sensualidade própria”, comenta a diretora, que se diz fã de filmes de horror.
Alice Furtado já fez dois curtas “A Rã e Deus” e “Duelo Antes da Noite”, esse último dentro do parte do projeto Cinéfondation, programa de apoio jovens cineastas em Cannes. Ela espera estrear seu primeiro longa no Brasil ainda este ano.
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Manifestantes exibiram cartazes em defesa das universidades públicas.