No dia seguinte à publicação do relatório, a Casa Branca tenta contra-atacar o procurador especial responsável pelo inquérito sobre os documentos que destacam a idade de Joe Biden e a ‘memória ruim’ do presidente. A gestão norte-americana tenta questionar a essência do relatório, sem debater os resultados.
Nesta sexta-feira (09/02), os porta-vozes da Casa Branca tentaram enfatizar que o procurador especial Robert Hur não tinha encontrado razão nenhuma para a prossecução do presidente Joe Biden neste processo e que era tudo quanto seria necessário reter como informação.
No entanto, o que tem suscitado uma avalanche de comentários é que, no relatório, o procurador especial apresenta o presidente como um “velho senhor afável e simpático”, mas com a “memória que começa a falhar”.
Para a Casa Branca e, de acordo com a vice presidente Kamala Harris, o procurador especial extrapolou as suas atribuições e o escopo do Ministério da Justiça. Classificou os comentários como gratuitos, inexatos e inapropriados – e até politicamente motivados, uma vez que Robert Hur tinha sido nomeado procurador na presidência do ex-mandatário republicano Donald Trump.
O senador democrata da Pensilvânia John Fetterman, cujo estado será decisivo para as eleições em novembro, denunciou uma operação conduzida por um procurador “nomeado por Trump”, afim de “sujar” Joe Biden. Nem toda a convivência do democrata se arriscou em enveredar por esse terreno politicamente movediço, ao passo que o antigo presidente republicano, com quatro acusações criminais, não para de clamar que tem havido uma instrumentalização da Justiça contra si.
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Casa Branca contra-ataca relatório que aponta falhas de memória de Biden
Idade de Joe Biden: um tema de preocupação para os seus eleitores
A porta-voz da presidência, embora tenha admitido não ter expertise médica, explicou que, quanto à memória do presidente, constata diariamente que ela funciona muito bem. E acrescenta que Joe Biden sempre teve a língua com tendência em bifurcar ao falar e, a confundir certos nomes e países, como aconteceu por pelo menos três vezes nestes últimos dias mas, que isso não o tem impedido de fazer o seu trabalho com a eficácia que a sua função impõe.
Karine Jean-Pierre optou por um tom pessoal: “conheço o presidente desde 2009, ele não tem sido apenas meu chefe, mas igualmente meu mentor. E ninguém neste edifício dirá o que lemos (no relatório do procurador especial) sobre a sua memória”.
Quanto à sua idade, 81 anos, o presidente está ciente de que isso preocupa seus eleitores. Prova disso é o fato dele mesmo, habitualmente, lançar piadas a esse respeito.