O Paquistão anunciou nesta quarta-feira (07/08) a expulsão do embaixador indiano em Islamabad e a suspensão do comércio bilateral com a Índia. A medida foi tomada dois dias após Nova Délhi ter revogado a autonomia constitucional do setor da Caxemira. O controle da região é reivindicado pelos dois países.
A decisão foi tomada em Islamabad durante uma reunião do Conselho de segurança nacional, presidido pelo primeiro ministro paquistanês, Irman Khan. O encontro contou com a presença de vários ministros e militares.
Além de expulsar o embaixador indiano, Islamabad convocou seu representante em Nova Délhi. Os anúncios de âmbito diplomático feitos pelo Paquistão já eram esperados. No entanto, a suspensão das relações comerciais é algo mais raro entre os dois países. Mesmo se Islamabad se recusava a isentar muitos produtos indianos de taxas aduaneiras, o país, que depende de importações de seu vizinho, sempre continuou comprando mercadorias de seu eterno inimigo, com quem já travou quatro guerras em 72 anos.
Os paquistaneses importam três vezes mais produtos indianos do que a Índia exporta. A região de Srinagar, no norte da Índia, está isolada do mundo desde domingo (05/08), com as comunicações bloqueadas, lojas fechadas e ruas desertas. Já há registros de pelo menos um morto e vários feridos durante protestos contra a revogação da autonomia, anunciada pelo governo indiano.
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Decisão foi tomada em Islamabad durante uma reunião do Conselho de segurança nacional, presidido pelo primeiro ministro paquistanês
A medida de Nova Délhi, que reforça sua soberania na região de maioria muçulmana reivindicada pelo governo paquistanês, foi vista como um ataque direto à Islamabad, que continua reivindicando seu direito sobre a região.
O Paquistão avisou que pretende levar a questão da Caxemira para ser discutida no âmbito das instâncias internacionais. O premiê paquistanês prometeu recorrer junto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Paquistão também anunciou que vai dedicar a comemoração da independência do país, em 14 de agosto, à solidariedade à Caxemira.