O ex-chanceler Celso Amorim disse nesta sexta-feira (03/01) que é difícil imaginar que o Brasil não se submete aos Estados Unidos em meio a tensão de Washington com Irã aumentada após o presidente norte-americano Donald Trump ter ordenado um bombardeio a Bagdá, capital do Iraque, que matou o general iraniano Qasem Soleimani.
“Por tudo que foi dito até hoje, seria difícil imaginar que a submissão a Washington deixará de prevalecer”, afirmou Amorim em entrevista ao jornalista Jamil Chade, publicada pelo portal UOL.
Para o ex-ministro, “a questão é saber até onde irá e se, além das perdas comerciais, o governo está disposto a colocar em risco a segurança do Brasil e dos brasileiros”. “A questão deixa de ser só política. É moral e, até certo ponto, existencial”, apontou.
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O ex-chanceler durante os governos Lula e Itamar Franco afirmou que é “difícil imaginar que não haja reação” do governo iraniano após a morte de Soleimani.
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Para ex-chanceler, momento é o mais perigoso desde crise do mísseis
“A crise entre Irã e Estados Unidos foi elevada a enésima potência com o assassinato do general Qasem Soleimani, apontado por muitos como a figura mais importante depois do Líder Supremo”, disse.
Segundo o ex-ministro, o mundo nunca esteve tão próximo de um conflito armado entre dois países desde a crise dos mísseis em 1962, quando Cuba posicionou ogivas soviéticas em direção aos EUA.