A Confederação Geral do Trabalho (CGT), organizadora da greve geral ocorrida no país nesta quarta-feira (24/01), uma nota pública no final da tarde, na qual afirma que a mobilização reuniu cerca de um milhão de pessoas em Buenos Aires e outras centenas de milhares em diferentes capitais de província no interior do país.
A entidade, que é maior das três centrais sindicais da Argentina, afirmou no comunicado que “o povo argentino fez um alerta: ‘nenhuma crise pode ser usada como desculpa para destruir os direitos fundamentais de todos os argentinos’”.
As palavras se referem ao projeto conhecido como “Lei Ônibus”, que consiste em um pacote de ajuste com mais de 300 medidas, no qual o governo pretende fazer uma forte redução do papel do Estado na economia do país, com cortes profundos especialmente nos investimentos sociais e nos subsídios aos serviços públicos.
Em outro trecho, a nota afirma que o projeto de Milei foi “desenhado por e para favorecer os grandes grupos econômicos”, e que “a inflação corrói o rendimento de todos e dispara os preços para níveis inacessíveis”.
CGT
Central sindical afirma que mais de um milhão de pessoas estiveram presentes no ato principal da greve geral, em Buenos Aires
“Que ninguém se confunda, não defendemos privilégios ou regalias, defendemos o direito ao trabalho digno, o direito a uma reforma digna, o direito à proteção social, o direito à saúde, o direito ao desenvolvimento económico, o direito de explorar os nossos recursos naturais, o direito de manifestação e protesto, o direito ao desenvolvimento cultural e científico”, afirma a nota da CGT.
A central sindical disse que o projeto de Milei “coloca em risco as nossas pequenas e médias indústrias, viola e ignora garantias constitucionais individuais, direitos coletivos e direitos trabalhistas, pune o comércio no mercado interno, coloca em risco a soberania territorial, econômica, alimentar e ambiental, desfinancia a saúde pública, a educação pública, a investigação, as estruturas científicas e as instituições culturais”.